Alexandre Pantoja testou os corações dos fãs brasileiros neste sábado no UFC 296, mas mostrou diante de um duro desafiante Brandon Royval que vencê-lo não será tarefa fácil no peso-mosca (até 56,7kg). O lutador de Arraial do Cabo-RJ venceu o americano na decisão unânime (50-45, 50-45 e 49-46) para defender com sucesso seu título, além de vencer Royval pela segunda vez.
Pantoja chegou a uma série de cinco vitórias seguidas no UFC, sua maior na organização, e agora tem um cartel com 27 vitórias e cinco derrotas. Na entrevista após a vitória, o lutador de 33 anos pediu desculpas pelo jogo agarrado, mas comemorou o fato de manter o cinturão do Brasil.
– Essa luta foi um pouco chata, não é meu estilo de luta, mas Royval é um cara muito duro e consegui manter esse cinturão para a minha família e para o Brasil (…). Fiquei um pouco tonto nessa luta, o cara não parou os cinco rounds, ele vai crescer, sei que vai tentar pegar o cinturão de novo e vou ficar aqui para defendê-lo.
A luta
Pantoja começou com tudo para cima do desafiante, agressivo, até que fintou e grudou, mas Royval defendeu a queda rapidamente. Pantoja usou bem os chutes baixos e o brasileiro de novo grudou o americano no clinche, mas Royval defendeu mais uma vez. O brasileiro jogou dois chutes fortes na linha de cintura, mas Royval absorveu. Pantoja disparou mais chutes, grudou em Royval e botou para baixo rapidamente, em sua primeira queda aplicada. Por cima, Pantoja tentava evoluir, mas Royval se movimentava bastante. Pantoja de novo conseguiu ficar por cima e tentou evoluir. Royval tentou raspar, mas Pantoja defendeu bem e girou para ficar na posição dos 100 quilos, enquanto ia para a montada. Royval se levantou faltando 30 segundos, sem tempo de mais nada.
No segundo round, Pantoja começou conectando um bom direto. Royval disparou uma joelhada quando Pantoja se aproximava, mas o brasileiro tentou grudar para absorver, enquanto o americano escapou. O brasileiro fintou um ataque de Royval e aplicou bem a queda. No chão, Pantoja tentava evoluir, mas sem muito sucesso, principalmente com Royval se movimentando bastante. Pantoja conseguiu jogar algumas marteladas e a luta voltou a ficar de pé. Em cima, Pantoja conectou um golpe duro e Royval bambeou bem. O americano, porém, ainda se recuperou e conectou um chute alto no brasileiro.
No round seguinte, com pouco mais de 30s, Pantoja aplicou uma queda. O brasileiro foi para a montada, Royval se virou e Pantoja foi para as costas. O americano, no entanto, conseguiu transitar de forma espetacular e se levantar. Quando a luta volta ao meio do cage, Pantoja parecia cansado. Royval jogou chute, Pantoja travou e tentou grudar, mas o americano escapou. Pantoja fintou, grudou e colocou Royval de costas na grade. O americano escapou e Pantoja se esquivava das investidas, tentando dosar energia. Royval jogou vários jabs e depois conectou uma joelhada perigosa. Pantoja derrubou restando pouco menos de um minuto e tentou controlar Royval de costas no chão.
No quarto round, Pantoja voltou tentando a queda e jogou o americano no chão com apenas 20 segundos. O brasileiro evoluiu buscando a montada e Royval se movimentava de tudo que era jeito, mas enfim o brasileiro conseguiu ir para as costas, fecha o cadeado na linha de cintura com mais de três minutos restantes. Por ali, o brasileiro criou grandes chances de finalizar, mas Royval mostrou coração ao resistir. Restando menos de 30 segundos, o americano conseguiu escapar. Royval levou perigo quando saiu e ficou por cima, mas o gongo logo soou.
No último round, Royval, mesmo com as defesas que precisou fazer, voltou com muito mais gás que Pantoja, visivelmente cansado. O americano então conectou duros jabs limpos, ditando o ritmo e buscando claramente o nocaute. O brasileiro não fugia da luta, absorvia os golpes, até que no meio da parcial conseguiu o que precisava, uma queda. E foi no chão, dominando Royval, que ele encerrou a luta ciente da vitória nos pontos.
Aldana vence Karol Rosa em duelo sangrento
Numa das grandes lutas da noite no UFC 296, em duelo peso-galo (até 61,7kg), Irene Aldana venceu a brasileira Karol Rosa por decisão unânime (triplo 29-28), se recuperando da perda para Amanda Nunes na disputa do título na luta anterior. As duas lutadoras fizeram uma luta frenética e sangrenta no octógono. Karol tinha até então cinco vitórias e apenas uma derrota na divisão, onde ocupa o nono lugar, tendo feito as duas últimas lutas nos penas (até 66,2kg).
No primeiro round, com Aldana fechada jogando na longa distância com seu boxe afiado, Karol Rosa encontrou o melhor caminho na perna esquerda da mexicana, onde conectou uma infinidade de golpes, deixando a adversária com a base castigada. Num dos chutes, Aldana quase caiu ao rodopiar com a força do golpe.
Diante da vantagem da brasileira, Irene Aldana voltou se impondo na trocação. Mesmo com a base castigada, a mexicana colocou um bom volume de golpes e fez profundos cortes no rosto da brasileira, principalmente com os jabs conectados e os cruzados de esquerda. O terceiro round voltou para definir a vencedora, e Aldana começou se mantendo em vantagem na trocação, mas Karol encontrou forças para colocar também um bom volume nas respostas. Quando começa a se impor, Karol arrefeceu com duros golpes na linha de cintura disparados por Aldana. As duas terminaram o confronto com tiros que podiam terminar em nocaute, mas a decisão ficou mesmo com os juízes.
Depois da luta, os elogios foram muitos, inclusive da ex-campeã da categoria e hoje aposentada Amanda Nunes.
Fight of the Night girls #ufc296
— Amanda Nunes (@Amanda_Leoa) December 17, 2023
Lipski finaliza O’Neill em grande atuação
Na maior vitória de sua carreira até aqui, Ariane Lipski finalizou a escocesa Casey O’Neill a 1min18s do segundo round em confronto dos moscas (até 57,2kg), após aplicar uma chave de braço. Com seu terceiro triunfo seguido na organização, Ariane deve passar a figurar no ranking da divisão na próxima atualização, já que venceu a número 12 da lista. No cartel, a curitibana soma 17 vitórias e oito derrotas.
No primeiro round, Ariane Lipski já começou a se impor na trocação e obrigou O’Neill a buscar a luta agarrada, mas a escocesa acabou frustrada na primeira tentativa. A brasileira voltou ao meio do cage, mas passou a soltar golpes no vazio, ainda buscando novamente a distância. Ainda no primeiro round, Lipski voltou a conectar duros golpes, com sequências de diretos e chutes com a perna da frente. O’Neill ainda tentou nova queda, mas Lipski não só defendeu como acabou por cima capitalizando.
No segundo round, Ariane Lipski voltou como no início da luta, sem deixar O’Neill respirar. Logo a mão direita da brasileira fez a escocesa bambear e Lipski sentiu o cheiro da vitória. O’Neill tentou agarrá-la, mas Lipski acabou no ground and pound, castigando a rival. A brasileira então foi para as costas enquanto O’Neill tentava escapar. Lipski chegou a tentar o estrangulamento, mas O’Neill “defendeu”. A escocesa acabou com Lipski em seu braço, esticando até obter a vitória.
Andre Fili nocauteia Lucas Almeida
A temporada 2023 terminou sem vitorias e com um nocaute brutal sofrido por Lucas Almeida. Finalizado por Pat Sabatini em junho, agora o lutador de Sorocaba-SP foi nocauteado pelo americano Andre Fili com 3min32s de luta, em confronto do peso-pena (até 66,2kg). Lucas Almeida tem agora uma vitória e duas derrotas na organização, além de um cartel com 14 vitórias e três derrotas.
Fili começou mais solto na luta, ainda que ele e Lucas Almeida tenham preferido ser mais cautelosos no primeiro minuto. Quando o brasileiro tentava equilibrar o duelo, a mão direita do americano entrou na curta distância quando os dois soltaram os golpes cruzados. Lucas caiu e zonzo e Fili, diante do momento, foi para cima e solto mais golpes até a interrupção do árbitro.