domingo, novembro 24, 2024
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Ucrânia afirma ter controlado 1 mil km² de território da Rússia

O Exército da Ucrânia afirma ter controlado mil quilômetros quadrados de território da Rússia na maior incursão transfronteiriça conduzida pelos ucranianos desde o começo da guerra, em fevereiro de 2022. A ofensiva na região de Kursk expôs vulnerabilidades da Rússia e virou um problema para o presidente Vladimir Putin.

A Rússia foi invadida pela última vez durante a Operação Barbarossa, a fracassada ofensiva da Alemanha nazista, durante a Segunda Guerra Mundial.

Desta vez, analistas acreditam que o objetivo da Ucrânia seja atrair as tropas russas para aliviar a pressão sobre a cidade de Kharkiv e usar o território conquistado como moeda de troca em uma possível negociação de paz.

O envio de soldados russos para Kursk levaria algumas semanas e poderia garantir uma maior estabilidade na linha de frente no leste ucraniano, pelo menos até a chegada do inverno no Hemisfério Norte.

Zelenski diz que fim da “guerra de Putin” está próximo

Na segunda-feira 12, Putin prometeu “varrer o inimigo” e culpou o Ocidente pela invasão. “O inimigo certamente receberá a resposta que merece, e todos os nossos objetivos, sem dúvida, serão alcançados”, afirmou.

“Seguimos realizando operações ofensivas na região de Kursk. Até agora, 1 mil km² do território da Rússia estão sob nosso controle”, disse o comandante das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksander Sirski, em vídeo publicado nas redes sociais do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski.

Zelenski também fez uma publicação em vídeo e disse que a invasão de Kursk tem um aspecto simbólico importante — e significa o fim da guerra de Putin. “Vinte quatro anos atrás, houve o desastre do submarino ‘Kursk’, um início simbólico de seu reinado, e agora estamos testemunhando o que parece ser o capítulo final para ele, novamente envolvendo Kursk”, declarou Zelenski.

“É o desastre de sua guerra. Este é sempre o destino daqueles que desconsideram as pessoas e quaisquer regras. A Rússia levou a guerra para os outros, e agora ela está voltando para casa. A Ucrânia sempre quis a paz — e nós, sem dúvida, garantiremos a paz.”

Ucrânia admite invasão de território da Rússia

A incursão pegou o Kremlin de surpresa e causou a fuga de dezenas de milhares de civis da região, enquanto o Exército da Rússia luta para repelir o ataque.

No fim de semana, Zelenski admitiu pela primeira vez que estava empurrando a guerra para o lado do invasor, enquanto o Ministério da Defesa russo garantiu ter interrompido os avanços da Ucrânia em cidades a 30 km da fronteira.

A incursão em Kursk, que completa uma semana nesta terça-feira, 13, envolve unidades do Exército ucraniano experientes em batalha. Ela é diferente de ataques anteriores, conduzidos por voluntários ou mercenários russos que lutam ao lado da Ucrânia.

A ofensiva coloca Putin em uma posição difícil e desmonta a narrativa de que a Rússia estaria imune às hostilidades. Pressionado pelo ataque, o presidente russo intensificou a propaganda estatal para minimizar o despreparo dos seus militares.

Apoio moral

Para a Ucrânia, a operação é um impulso necessário no momento em que as suas tropas sofrem com a escassez de soldados e armas para enfrentar os russos no leste, além de sinalizar aos aliados da Otan que o país é capaz de vencer Putin.

Até o momento, no entanto, a invasão não reduziu a pressão da Rússia no leste do país. “Nossos homens não sentiram nenhum alívio”, disse Artem Dzhepko, assessor de imprensa da Brigada da Polícia Nacional da Ucrânia, que está lutando em Chasiv Yar, na região de Donetsk. “É difícil. Infelizmente, a pressão dos russos não diminuiu.”

Em vez de retirar brigadas das linhas de frente, a Rússia parece estar redistribuindo unidades de nível inferior para a região fronteiriça, indicou um relatório do Instituto para o Estudo da Guerra, que monitora o conflito.


Redação Oeste, com informações da Agência Estado



Via Revista Oeste

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