O documento divulgado nesta quarta-feira, 17, pela Câmara dos Estados Unidos sobre as decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no que tange à censura no Brasil revela que o magistrado determinou o “afastamento expecional de garantias individuais” do influenciador Bruno Aiub Monteiro, conhecido como Monark.
Conforme exposto no Twitter files, devido às suas posições e opiniões políticas, consideradas pelo ministro do STF como “discurso de ódio”, Moraes ordenou, em 2023, o bloqueio dos perfis de Monark nas redes sociais Instagram, Rumble, Telegram, Tik Tok, Twitter e YouTube.
A revelação sobre o caso surge a partir da página 66, com a seguinte ordem assinada por Moraes: “Em face das circunstâncias apontadas, é imprescindível a realização de diligências, inclusive com o afastamento excepcional de garantias individuais, que não podem ser utilizadas como um verdadeiro escudo protetivo para a prática de atividades ilícitas”.
Monark chamou Moraes de “ditador”
Na página 68, o documento mostra que Moraes classificou o conteúdo de Monark como “subversivo”, uma das justificativas de sua decisão.
Entre os posicionamentos políticos de Monark, destacam-se críticas à censura supostamente praticada pelo ministro.
Um trecho das falas do influenciador foi destacado no documento elaborado pela Câmara norte-americana, com a afirmação de que o ministro teria ordenado o bloqueio das contas nas redes socias por sentir-se incomodado com as falas de Monark.
“Moraes ordenou a censura a um cidadão brasileiro por criticar Moraes por censurar brasileiros”, ressalta o documento.
Em dezembro de 2023, Monark chamou Moraes de “ditador’ e ‘imperador”.
Em junho do mesmo ano, o influenciador questionou a confiabilidade das urnas eletrônicas e do processo eleitoral brasileiro, em especial referência ao pleito de 2022, período em que Moraes era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cargo que deixará nos próximos meses.