terça-feira, julho 2, 2024
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Turquia é vista como um dos regimes mais opressores da Europa

Ao se tentar acessar o site do primeiro grande jornal da Turquia, a página não abre. O Zaman foi fechado pelo regime do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, 69 anos, que em 2024 vai completar 10 anos no cargo.

Em 2021, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, abandonou a Convenção de Istambul, feita para combater a violência contra as mulheres. No ano seguinte, a polícia reprimiu protesto de mulheres na maior cidade turca.

Mas um dos maiores temores do presidente, que apoiou os ataques do Hamas em 7 de outubro, é a luta pela autodeterminação dos curdos da Turquia. Com 14 milhões de pessoas, eles representam 20% da população do país.

Na política externa, Erdogan faz um papel de mediador. Mesmo como membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliada do Ocidente, a Turquia se aproximou da Rússia, também por questões de importação de gás e de grãos.

Na política interna, ele se mostra feroz contra opositores. Inclusive contra Fatullah Gunen, exilado nos Estados Unidos e que foi acusado por Erdogan de tramar um golpe em 1916.

Gullen mantém um movimento dito pacifista de diálogo e busca de soluções pela Educação, considerado terrorista por Erdogan.

Internamente, a “mão de ferro” do presidente turco seguiu a cartilha da violência contra civis curdos, segundo entidades internacionais.

Violação de direitos

Recep ErdoganRecep Erdogan
Presidente Erdogan está a quase 10 anos no cargo | Foto: Reprodução/site presidência Turquia

O regime de Erdogan, de acordo com a Anistia Internacional, viola direitos humanos e insiste em cometer crimes de guerra, na perseguição a este povo apátrida.

Durante a guerra da Síria, em 2019, a entidade acusou o Exército turco e grupos rebeldes sírios pró-turcos de cometerem crimes de guerra na ofensiva contra os curdos no norte da Síria.

“As forças militares turcas e seus aliados demonstraram um completo e cruel desrespeito pela vida de civis, lançando ataques fatais ilegais em áreas residenciais que mataram e feriram civis”, afirmou o então secretário-geral da AI, Kumi Naidoo.

A ONG garantiu que obteve “provas conclusivas de ataques indiscriminados a áreas residenciais”. Citou ainda assassinatos sumários de civis, entre eles uma política curda importante, e militantes capturados.

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Os curdos habitam a região desde pelo menos 3 mil anos a.c, com nomes de povos originários, como os hurritas.

Desde então, não obtiveram um governo próprio e, depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), interesses políticos os impediram de formar uma nação, conforme previa o Tratado de Sévres.

Mas, poucos anos depois, na divisão territorial da Turquia, com o fim do Império Otomano, o Tratado de Laussane criou novas fronteiras para o país, sem incluir um território para os curdos.

Erdogan considera grupos terroristas

Grupos como o Unidades de Proteção Popular (em curdo, YPG) e o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que lutam pela independência curda na Turquia há três décadas e têm bases no Iraque, são considerados terroristas por Erdogan.

Eles ajudaram os Estados Unidos a derrotar o Estado Islâmico durante a guerra da Síria.

Para a cientista social Marina Colerato, em texto no jornal Le Monde Diplomatique Brasil, o regime de Erdogan é opressor e violento.

“Os curdos nunca aceitaram a perseguição turca de forma pacífica e vários levantes curdos aconteceram ao longo dos anos e das políticas de limpeza étnica, deixando dezenas de milhares de pessoas mortas, feridas ou deslocadas.”

Desde 1984, foram mortos pelos governos turcos, incluindo o de Erdogan, apesar do cessar-fogo em seu período, pelo menos 40 mil curdos. e centenas de milhares foram desalojadas. Os números foram informados pela BBC.

À perseguição aos curdos, segundo Colerato, Erdogan acrescentou os interesses expansionistas.

Via Revista Oeste

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