sexta-feira, julho 5, 2024
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Turbulência na Petrobras interferiu no desempenho do Ibovespa

O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira (B3), registrou a maior queda entre 15 das principais bolsas mundiais até o fim de maio, em 2024. O estudo foi realizado pelo sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, Einar Rivero, segundo o portal g1.

O declínio ocorreu no mesmo período em que a Petrobras passou por uma turbulência administrativa, amenizada, a princípio, com a posse da nova presidente, Magda Chambriard, no último dia 24. Para o economista Haroldo da Silva, assessor econômico com doutorado pela PUC-SP, essa oscilação na companhia contribuiu para a queda do desempenho da B3 nestes meses.

Referência é o retorno em dólares

A queda acumulada da B3 até esta quinta-feira, 30, chegou a 14,82%, com base no retorno em dólares. A referência na moeda norte-americana é feita justamente para que haja uma similaridade entre todas as bolsas incluídas.

Pelo estudo, a bolsa brasileira teve pior desempenho tanto entre as principais bolsas da América Latina, que incluem México, Colômbia, Argentina, Peru e Chile, quanto entre os principais mercados do mundo, nos quais estão inseridos Estados Unidos (EUA), China, Japão, Alemanha, Inglaterra e França.

De acordo com informações obtidas pelo g1, as causas para esse desempenho inferior têm relação com taxas de juros nos EUA, altas para os padrões do país e com pouca perspectiva de baixarem em curto prazo. Para Haroldo da Silva, tal situação ocorre de fato.

Os momentos de incerteza pelos quais o mundo têm passado, segundo ele, levam os investidores a irem para ativos considerados mais seguros, como o ouro e o dólar. Ambos, diz, subiram de preços e tornaram-se ativos de maior preferência. Atualmente, além do conflito na Ucrânia e no Oriente Médio, envolvendo Israel, uma nova “guerra fria”, segundo ele, foi reavivada, em função da disputa pelo mercado de chips, entre China e EUA.

“Tudo isso leva ao aumento da incerteza”, analisa o economista.

Justamente em um momento no qual os juros norte-americanos estão altos para o padrão do país.

“Por fim, os EUA estão com uma taxa de inflação persistente e isso tem impedido a redução dos juros por lá, o que impacta o mundo todo. Assim, creio que a tempestade perfeita está em curso e os investidores tiram dinheiro da periferia (inclusive o Brasil) e levam para lugares mais seguros, como títulos.”

Outro fator que tira fôlego da B3 são os próprios juros altos (taxa selic) impostos pelo Banco Central brasileiro até o momento.

A China também tem influência ao apresentar, nos últimos tempos, um desempenho econômico abaixo do esperado. Isto, em vários setores, como o do aço, contrapôs a elevada produção chinesa com a redução de de consumo no país, o que aumentou a oferta e impactou em várias empresas pelo mundo, inclusive as brasileiras.

Isto, entretanto, é um fator de menor peso, segundo ele. A busca de opções para compensar os juros altos, tanto nos EUA quanto no Brasil, é mesmo o que mais tem influência direta, neste momento.

“O que está reduzindo os resultados da bolsa brasileira, principalmente, é a atratitivade do dólar e do ouro, na atualidade.”

Via Revista Oeste

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