O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que embarcará para Brasília a fim de começar o projeto do túnel Santos-Guarujá com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Vamos juntos dar o início. É um momento relevante do projeto, a gente faz a consulta, vão ter as reuniões presenciais de Santos-Guarujá, depois é a análise contribuições”, afirmou Tarcísio durante o evento CNN Talks nesta segunda-feira (11).
A data será marcada pela primeira audiência pública sobre o túnel, conforme anunciou o ministro de Porto e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
Segundo Tarcísio, o leilão para o início das obras deve acontecer no final do ano.
“A gente empacota isso para fazer o leilão final do ano, se Deus quiser em novembro, se tudo der certo, se tudo transcorrer bem, final do ano tem como fazer o leilão. Se não no final desse ano, faz um ano que vem”, explicou o governador paulista.
Quando pronto, o túnel vai atender a veículos rodoviários, veículo leve sobre trilhos (VLT), ciclistas e pedestres.
Com aproximadamente 860 metros, o túnel deve oferecer uma travessia rápida entre Santos e Guarujá, e reduzir significativamente o tempo de deslocamento, que hoje é feito por balsa.
A conexão unirá as margens direita e esquerda do terminal portuário, por onde passam 30% da balança comercial brasileira.
Segundo dados da Companhia Ambiental do Estado (Cetesb), responsável por conduzir o licenciamento ambiental da ligação seca Santos-Guarujá, o túnel deve reduzir os deslocamentos e as emissões veiculares de dióxido de carbono em até 53%.
O túnel deve atender aproximadamente 28 mil usuários do sistema de barcos e de balsas diariamente. A expectativa é de uma diminuição de até 70% da necessidade nas travessias entre a Ponta da Praia, em Santos, e Santa Rosa, no Guarujá.
Ainda no primeiro semestre deste ano, em parceria com os governos do estado e federal, a Frente Parlamentar da Ligação Seca fará uma visita técnica ao maior túnel submerso em construção no mundo, que ligará a Dinamarca à Alemanha, com 18 km de extensão.
A construção do túnel, que hoje tem valor estimado entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões, era idealizada por Tarcísio como uma contrapartida à privatização do porto de Santos.
O atual governador tocou diretamente esse processo quando era ministro da Infraestrutura do governo de Jair Bolsonaro (PL). Seria uma obra de responsabilidade do futuro dono do porto.
A privatização foi imaginada para ocorrer em 2022, mas atrasou. Com a chegada de Lula ao governo federal, o plano de desestatização foi cancelado.
A partir daí, abriu-se uma disputa pela “paternidade” do megaprojeto. Tarcísio aventou a possibilidade de entrar com recursos estaduais, mas o túnel acabou sendo incluído no Novo PAC, e agora a União resolveu dispensar o dinheiro de São Paulo na equação financeira.
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