sexta-feira, novembro 22, 2024
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Túmulos do império romano contam história triste de família

Um agricultor encontrou dois túmulos no norte da Bulgária, com cerca de 1.800 anos cada (datando do império romano), que revelam a história triste de uma família de ricos proprietários de terras do período. As sepulturas foram descobertas em dezembro de 2023, e recentemente detalhes das investigações foram divulgados.

Para quem tem pressa:

  • Um dos túmulos continha os restos mortais de um casal de adultos, enquanto o outro, um pouco mais antigo, continham o esqueleto de uma criança;
  • Os arqueólogos acreditam que as sepulturas pertencem provavelmente a uma família em que o filho morreu primeiro e foi enterrado pelos seus pais;
  • Agora, os pesquisadores estão investigando os objetos e o local onde as tumbas foram encontradas para entender mais sobre essa família.

Os túmulos foram encontrados enquanto um agricultor arava suas terras na aldeia de Nova Varbovka. A região, no período romano, pertencia à província de Mésia e, por causa disso, arqueólogos do Museu Regional de História de Veliko Tarnovo foram chamados para realizar investigações.

A análise revelou que os túmulos foram construídos com tijolos e revestidos com gesso, sendo cobertos com uma grande laje de calcário. O maior deles, com cerca de três metros de comprimento, continha os restos mortais de um homem e uma mulher que morreram provavelmente entre 45 e 60 anos de idade, além de joias, moedas e vasos de cerâmica e vidro.

A sepultura menor foi construída pouco antes e continha o esqueleto de uma criança de dois a três anos e um medalhão raro. A joia representa a visita feita no ano de 214 pelo imperador romano Édito de Caracala – que governou entre 198 e 217 – ao templo de Asclépio, o deus da cura, em Pérgamo, na Ásia Menor ou atual Turquia.  

No tumulo menor foi encontrado um medalhão raro (Crédito: Kalin Chakarov)

As sepulturas parecem ter pertencido a uma família, de acordo com os pesquisadores em resposta ao LiveScience, e o calcário que reveste as paredes aparentam ser de uma pedreira da cidade romana de Nicópolis ad Istrum.

Essa peculiaridade e outras indicações me fazem pensar que os falecidos estão de alguma forma relacionados ao território de Nicópolis ad Istrum.

Kalin Chakarov, arqueólogo do Museu de História Regional de Veliko Tarnovo

Origem dos falecidos nos túmulos

Acredita-se que devido ao medalhão, a família enterrada nos túmulos era da Ásia Menor, o que é consistente com o fato de que a cidade de Nicópolis ad Istrum foi construída principalmente por pessoas dessa região do império romano. Os pesquisadores apontam que um exame de DNA poderia confirmar isso. No entanto, o museu ainda não possui orçamento para esse exame.

Os artefatos encontrados nos túmulos incluem objetos dos sepultados, como joias feitas de contas de vidro e ouro, moedas, uma luminária, um sapato de couro e garrafas de vidro, que estão sendo investigados pelos arqueólogos. Agora, os pesquisadores pretendem continuar realizando os estudos para descobrir onde os falecidos viviam. Acredita-se que tenha sido perto do cemitério.

Nos tumulos foram encontradas joias feitas de contas de vidro e ouro (Crédito: Kalin Chakarov)

Acho que é uma triste história familiar da primeira metade do século III. Uma criança morta, enterrada pelos pais, que tiveram seu último descanso no mesmo local onde enterraram o filho.

Kalin Chakarov

Via Olhar Digital

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