Ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disseram que as eleições municipais no Rio Grande do Sul vão ocorrer conforme o planejado, apesar das enchentes que têm devastado o Estado desde o fim de abril. As declarações foram feitas de modo reservado ao jornal O Globo, nesta segunda-feira, 20.
Segundo ministros consultados pelo jornal, a chance de adiamento é “zero”. Eles justificam que a eleição está prevista para daqui a menos de cinco meses e que, portanto, não seria viável decidir pelo adiamento neste momento.
Existem ainda obstáculos legais para o adiamento, uma vez que isso resultaria na extensão dos mandatos dos atuais prefeitos. Ao recordar o adiamento das eleições durante a pandemia, os ministros ressaltam que aquela foi uma medida aplicada de maneira uniforme em todo o país. A Justiça Eleitoral não tem como realizar uma eleição somente para o Rio Grande do Sul.
Governador do Rio Grande do Sul sugeriu adiamento
A proposta de postergar as eleições foi sugerida pelo governador Eduardo Leite (PSDB), durante uma entrevista ao O Globo, também nesta segunda-feira.
Ele mencionou que a mudança de administradores no meio do processo de reconstrução das áreas atingidas poderia afetar a eficácia das políticas públicas e que dedicar recursos a uma campanha eleitoral em meio a tantas situações críticas seria imprudente.
O Rio Grande do Sul enfrenta uma tragédia provocada por enchentes, depois de fortes chuvas que atingiram o Estado. Até a noite desta segunda-feira, 157 pessoas morreram e 806 ficaram feridas. O Estado tem 85 desaparecidos e mais de 2,3 milhões de moradores afetados.