O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou, nesta quarta-feira, 29, uma lei que permite que o Departamento de Segurança Interna norte-americano detenha e deporte imigrantes sem a necessidade de um julgamento formal.
O projeto é o primeiro sancionado pelo novo governo Trump e surge em um momento em que ele promete uma aplicação mais rigorosa das leis de imigração e um aumento dos mecanismos de dissuasão à migração legal.
Chamada de Lei Laken Riley, a proposta foi aprovada com apoio bipartidário. “É uma lei histórica que estamos implementando hoje”, comemorou Trump. “Ela salvará inúmeras vidas inocentes de norte-americanos.”
A medida orienta a fiscalização da imigração federal a deter e deportar imigrantes ilegais que sejam acusados de pequenos furtos, roubo de lojas, agressão a policiais ou crimes que resultem na morte ou em ferimentos graves de outra pessoa.
Quem foi Laken Riley
O projeto leva o nome de uma estudante de enfermagem do Estado da Geórgia que foi assassinada no ano passado por um homem venezuelano que estava nos EUA de forma ilegal. A morte dela se tornou um grito de protesto para os republicanos, que criticaram a abordagem do então presidente dos EUA, o democrata Joe Biden, em relação à segurança das fronteiras.
O assassino de Laken, José Ibarra, foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. O venezuelano já havia sido acusado de roubo em lojas em Nova York. Os republicanos afirmam que a lei teria possibilitado sua deportação mais cedo e evitado o assassinato da estudante norte-americana.
Os pais e a irmã de Laken estavam na Casa Branca para a assinatura da lei. A mãe dela, Allyson Phillips, agradeceu aos congressistas e a Trump por aprovarem o projeto em nome de sua filha.
Trump comenta relação com países que receberão deportados
“Todos os países receberão de volta os deportados, e farão isso sorrindo”, disse Trump durante a cerimônia de promulgação da lei. Na ocasião, o presidente norte-americano citou a Colômbia, cujo presidente, de esquerda, Gustavo Petro, se recusou a receber o avião dos EUA com deportados.
O governo Trump reagiu imediatamente e anunciou a aplicação de barreiras tarifárias de até 50% sobre os produtos da Colômbia, além de paralisar a emissão de vistos para autoridades colombianas e seus familiares. “Os governos de outros países podem reclamar, mas isso não vai significar nada”, disse o presidente dos EUA.