O presidente Donald Trump anunciou a escolha do ex-procurador-geral Matt Whitaker para ser o embaixador dos Estados Unidos na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar que inclui os próprios EUA, a França e o Reino Unido, entre outras potências.
Em comunicado, Trump classificou Whitaker como “um forte guerreiro e patriota leal”, capaz de garantir “que os interesses dos Estados Unidos sejam promovidos e defendidos”. Além disso, o republicano afirmou que o ex-procurador fortalecerá as relações com os aliados da Otan e se manterá firme diante de ameaças à paz e à estabilidade.
Whitaker foi promotor federal no Estado de Iowa e atuou como procurador-geral entre novembro de 2018 e fevereiro de 2019, quando as investigações sobre a interferência russa nas eleições norte-americanas já chegavam ao seu fim.
Antes disso, foi chefe de gabinete do primeiro procurador-geral de Trump, Jeff Sessions, até ser escolhido para substituí-lo. Whitaker ocupou o cargo interinamente, sem aprovação do Senado norte-americano, até William Barr ser confirmado como procurador-geral em fevereiro de 2019.
Trump já criticou integrantes da Otan
Durante sua campanha de 2016, Trump alertou que os Estados Unidos, sob sua liderança, poderiam abandonar os compromissos firmados na Otan e só defenderiam países que cumprissem a meta de gastar pelo menos 2% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em defesa.
Trump, já como presidente, apoiou a cláusula de defesa mútua da Otan, que afirma que um ataque armado contra um ou mais de seus integrantes será considerado um ataque contra todos. No entanto, ele frequentemente retratou os aliados da Otan como parasitas das Forças Armadas dos EUA e questionou o valor da aliança militar.
De lá para cá, ele cogitou não defender os integrantes da Otan que não cumprissem as metas de gastos. No começo deste ano, Trump disse que, quando era presidente, alertou os aliados da Otan que ele encorajaria a Rússia “a fazer o que quisesse” com países que estivessem inadimplentes.
“Você não pagou? Está inadimplente?”, perguntou Trump, em fevereiro. “Não, eu não protegeria você. Na verdade, eu os encorajaria a fazer o que quisessem. Você tem de pagar. Tem de pagar suas contas.”
Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan na época, respondeu que qualquer sugestão de que aliados não se defenderão uns aos outros “mina toda a nossa segurança, incluindo a dos EUA”, e coloca soldados norte-americanos e europeus em maior risco.
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A Otan informou no começo deste ano que, em 2023, 11 países membros cumpriram o padrão de gastar 2% de seu PIB em defesa e que esse número aumentou para 18 no começo de 2024, comparado a apenas três em 2014. A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 estimulou gastos militares adicionais por alguns dos seus membros.