O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve tomar a decisão de retirar o país do Conselho de Direitos Humanos da ONU (CDHNU). O líder vai oficializar a medida nesta terça-feira, 4, por meio de uma ordem executiva.
Trump repete uma ação de seu primeiro mandato, quando interrompeu o financiamento ao CDHNU. À época, o político alegou “preconceito crônico contra Israel” e necessidade de reformas.
A ordem executiva deste segundo mandato coincide com a visita do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, à capital norte-americana, Washington D. C. Famoso por, entre outras coisas, ser crítico do CDHNU, Netanyahu já sugeriu que a organização é anti-Israel e alegou que ela “se envolve em atividades terroristas” contra seu país.
Fim de apoio financeiro à agência da ONU
Além disso, a decisão de Trump vai incluir a suspensão futura do apoio financeiro à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). Essa agência nasceu com o objetivo de oferecer ajuda aos palestinos em Gaza, mas recebe críticas internacionais por suposta aproximação com grupos terroristas.
Durante a administração anterior, de Joe Biden, o financiamento dos Estados Unidos ao CDHNU já havia sido cortado, em meio ao conflito entre Israel e Hamas. Isso ocorreu em razão de alegações de que alguns funcionários da agência mantinham laços com o Hamas.
Trump recebe Netanyahu para debater Gaza
A primeira fase do cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, mediado por Donald Trump, segue em curso. Apesar da desconfiança mútua e de claras violações, a frágil trégua aliviou momentaneamente o sofrimento de israelenses e palestinos, imersos em uma guerra que já dura 15 meses. O desafio agora é avançar para a segunda fase do acordo.
Uma discussão ocorrerá nesta terça-feira, 4, durante a reunião entre Trump e Netanyahu, na Casa Branca.
Netanyahu é o primeiro líder estrangeiro a se reunir com Trump na sede do Poder Executivo dos Estados Unidos neste segundo mandato. Antes de embarcar para Washington, o primeiro-ministro ressaltou a intenção de alcançar uma “era de paz” no Oriente Médio.
Trump, por sua vez, manifestou em diversos momentos o desejo de encerrar a guerra na Faixa de Gaza e garantiu um acordo de cessar-fogo antes do início de sua administração. Ontem, no entanto, afirmou não ter garantia de que a trégua será mantida.
A segunda fase do acordo de paz promete ser mais complexa. É necessário que os israelenses deixem Gaza e que se estabeleça um plano para a reconstrução e a governabilidade do território. Para Netanyahu, um acordo para o fim da guerra pode significar a queda de seu governo, sustentado pelo apoio de partidos de direita.