O presidente Donald Trump decretou, nesta quinta-feira, 6, a criação da Força-Tarefa para Erradicar o Preconceito Anticristão, órgão para proteger as liberdades religiosas dos norte-americanos e eliminar a “instrumentalização anticristã” do governo dos Estados Unidos.
O decreto critica a administração anterior e acusa o governo Biden de perseguir cristãos por suas crenças religiosas. O documento cita casos de prisões de manifestantes pró-vida que rezavam em frente a clínicas de aborto e afirma que essas detenções foram motivadas politicamente.
Além disso, o decreto menciona a negligência do governo Biden em relação a “mais de 100 ataques” contra igrejas e centros cristãos, sob a alegação de que houve uma omissão deliberada em aplicar a lei contra esses crimes de vandalismo e violência.
Outro ponto abordado é um memorando do FBI de 2023 que classificava católicos “radicais-tradicionalistas” como ameaças de terrorismo doméstico. A administração Trump denuncia o documento e argumenta que ele se baseava em “propaganda de fontes altamente partidárias”.
Além disso, a ordem critica a tentativa do Departamento de Educação de revogar garantias para organizações religiosas em universidades, bem como a pressão para cristãos “afirmarem ideologias transgênero contrárias à sua fé”.
A cruzada de Trump contra a ‘cristofobia’
Outro ponto citado pelo decreto de Trump foi a decisão do governo Biden de declarar o dia 31 de março de 2024, que coincidiu com o Domingo de Páscoa naquele ano, como Dia da Visibilidade Transgênero.
A nova Força-Tarefa será presidida pelo Procurador-Geral e contará com a participação de vários membros do alto escalão do governo, como os secretários de Estado, Tesouro, Defesa, Trabalho, Educação, Saúde e Segurança Interna, além do diretor do FBI e do representante dos EUA na ONU.
Entre suas atribuições, o grupo deverá revisar políticas da administração anterior para identificar “quaisquer práticas governamentais ilegais de viés anticristão” e recomendar a revogação ou modificação dessas medidas.
![Donald Trump visita a Igreja Episcopal de São João em Washington | Foto: Shealah Craighead/Casa Branca](https://medias.revistaoeste.com/wp-content/uploads/2025/02/49963649263_f5da3e1d9a_o.jpg)
A força-tarefa também deverá sugerir mudanças legislativas para fortalecer a proteção à liberdade religiosa. O grupo irá ainda “solicitar informações e ideias de indivíduos e organizações afetadas pela perseguição anticristã” e fornecer relatórios regulares ao presidente sobre seus avanços.
Com prazo inicial de dois anos, a força-tarefa poderá ser estendida pelo presidente, a depender de seus avanços e conclusões. Durante evento em Washington nesta quinta-feira, 6, Trump disse que seu relacionamento com a religião havia “mudado” depois das tentativas de assassinato que sofreu e pediu aos americanos que “trouxessem Deus de volta” para suas vidas.