Um tribunal em Israel decidiu manter a proibição de 35 dias às operações da emissora Al Jazeera no país, imposta por razões de segurança nacional. A decisão foi tomada nesta quarta-feira, 5. Um dos ministros indicou que pretende estender a proibição por mais 45 dias.
Em 5 de maio, as forças israelenses invadiram um quarto de hotel em Jerusalém — que era utilizado pela Al Jazeera como escritório — e anunciaram o encerramento das operações durante a guerra na Faixa de Gaza. A emissora foi acusada de incitar hostilidades contra Israel.
Acusações
A Al Jazeera alega que as acusações são “mentiras perigosa e ridículas” que colocam seus jornalistas em risco. A decisão do tribunal de Tel Aviv, presidido pelo juiz Shai Yaniv, aprovou retroativamente a proibição até 8 de junho.
O juiz afirmou ter recebido provas não especificadas de um relacionamento próximo e duradouro entre o grupo terrorista Hamas e a Al Jazeera, que é apoiada pelo Catar. Ele acusou a emissora de promover os objetivos dos terroristas.
“A liberdade de expressão tem uma importância especial em tempos de guerra”, disse o juiz. “No entanto, quando há danos significativos à segurança do Estado, esta última consideração vem em primeiro lugar.”
A Al Jazeera afirmou ao tribunal que não incitou violência ou terrorismo e classificou a proibição como desproporcional. Segundo documentos judiciais, a emissora alegou que seus jornalistas possuíam uma vasta gama de fontes confidenciais, tanto israelenses quanto palestinas.
Os argumentos da emissora
O canal acusou Israel de matar deliberadamente vários de seus jornalistas em Gaza. A nação judaica nega as alegações e afirma que os jornalistas não são alvos.
Em resposta às instruções do governo, os provedores israelenses de TV por satélite e a cabo suspenderam as transmissões da Al Jazeera desde 5 de maio. O ministro das Comunicações declarou que planeja estender a proibição por mais 45 dias.
O escritório de direitos humanos da ONU e os Estados Unidos criticaram o encerramento das operações da Al Jazeera em Israel. O Catar, que abriga vários líderes políticos do Hamas, tenta mediar um cessar-fogo e um acordo de libertação de reféns para pôr fim à guerra em Gaza.