sexta-feira, junho 6, 2025
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Trem-bala submarino fará ligação direta entre Europa e África

Um trem de alta velocidade poderá, até 2040, ligar diretamente a Europa ao norte da África por meio de um túnel ferroviário submerso sob o Estreito de Gibraltar.

O projeto, estudado pelos governos da Espanha e do Marrocos, planeja a construção de dois túneis paralelos para trens de alta velocidade e um terceiro para serviços e manutenção.

Os trens deverão operar entre 200 e 250 km/h, o que reduzirá o tempo de viagem entre Casablanca e Madri de mais de 12 horas para cerca de 5 horas e meia. A obra, se concretizada, será, nas próximas décadas, a primeira ligação física entre Europa e África por via férrea.

Com cerca de 28 a 30 quilômetros sob o mar e profundidade que pode chegar a 475 metros, a proposta é considerada hoje o plano de ligação intercontinental subaquática mais avançado tecnicamente.

A expectativa é de que o túnel movimente anualmente cerca de 13 milhões de passageiros. O volume de carga será semelhante, com impacto direto no comércio e na mobilidade entre os continentes.

Outros projetos de conexão entre continentes, como um possível túnel transatlântico entre Europa e Estados Unidos (EUA) ou a ligação pelo Estreito de Bering entre Rússia e Alasca, ainda permanecem no papel.

Em muitos casos, envolvem tecnologias futuristas, como sistemas de transporte de levitação magnética a mais de 4.8 mil km/h, uma escala e complexidade que os tornam inviáveis nas condições atuais.

Em relação a este, ainda não há orçamento definido, obras, tampouco licitação. Mas, diferentemente dos demais, o projeto já está em andamento.

Acordos para o trem-bala entre Europa e África

Acordos formais assinados entre governos têm sido assinados desde 1979. Também já estão sendo, ou já foram, realizados estudos técnicos e geológicos.

Além disso, órgãos binacionais foram criados para supervisionar os estudos. E já existem cronogramas indicativos, como a previsão de conclusão até 2040, ainda que apenas baseada em estimativas, sem cronograma de obra definido.

Comparado às outras propostas, o projeto Gibraltar-Espanha, portanto, representa uma abordagem mais realista. O custo estimado varia de 6 a 15 bilhões de euros, pode ultrapassar os 25 bilhões de euros, a depender das soluções técnicas utilizadas. Ainda assim, permanece muito abaixo dos trilhões exigidos por ideias mais ambiciosas.

A ideia de uma ligação ferroviária entre os dois continentes remonta a 1979, quando Espanha e Marrocos assinaram o primeiro acordo de cooperação para estudar a chamada Ligação Fixa do Estreito de Gibraltar.

Desde então, o projeto passou por fases sucessivas de avaliação técnica e de viabilidade econômica. A geologia da região impõe desafios significativos, como instabilidade sísmica e solos difíceis de perfurar, exigindo soluções de engenharia de alta complexidade.

Apesar dos riscos e custos elevados, o projeto segue ativo, com apoio político dos governos envolvidos. Além de reduzir distâncias, a perspecitva é de que ele fortaleça a integração econômica, aumente o intercâmbio turístico e crie empregos antes, durante e depois da execução.

Via Revista Oeste

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