domingo, novembro 24, 2024
InícioGeralTrans busca na Justiça direito à pensão para filhas de militares

Trans busca na Justiça direito à pensão para filhas de militares

Stella Calazans, de 37 anos, busca na Justiça há 16 anos o direito à pensão destinada exclusivamente a filhas solteiras de militares. Embora a lei preveja o auxílio, ela ainda não o recebeu, porque, biologicamente, nasceu homem. O caso da trans está no Supremo Tribunal Federal (STF) e aguarda julgamento.

Ela cresceu na Granja Guarany, em Teresópolis (RJ). O pai dela, suboficial das Marinhas de Guerra e Mercante, morreu em 1998. Na ocasião, Stella tinha 11 anos.

Por ser biologicamente do sexo masculino, Stella recebeu pensão até completar 18 anos — como ocorre com quaisquer filhos de militares.

A pensão para filhas (mulheres) de militares é paga de forma vitalícia, desde que elas não se casem legalmente.

Depois de conseguir na Justiça trocar o nome e o sexo nos registros oficiais, Stella resolveu ir atrás para receber o benefício destinado exclusivamente às filhas solteiras de militares.

“Demorou muito para sair os documentos, foram aproximadamente oito anos”, disse Stella, ao portal UOL. “Somente depois de estar com a documentação toda correta que procurei a Marinha para requerer o meu direito.”

Advogada trans

LGBT+ ; gay ; trans ; ações afirmativas ; affirmative action ; identidade de gênero ; progressismo ; woke ; movimento negro ; feminismo ;
No Brasil, trans quer receber pensão concedida a filhas — mulheres e solteiras — de militares | Foto: Andrey Popov/Shutterstock

Com novos nome e gênero nos documentos, Stella abriu uma conta para receber a pensão como filha solteira de militar. Até agora, contudo, não começou a ganhar o valor que alega ter direito.

Leia também:

Por causa disso, ela procurou a Defensoria Pública e venceu em primeira instância. Entretanto, perdeu na segunda, porque, biologicamente, não é mulher.

Na tentativa de buscar o reconhecimento como filha solteira de militar, Stella contratou uma advogada trans especializada em Forças Armadas para auxiliá-la no processo. A ação tramita há cerca de três anos no STF. 

Em abril de 2024, os ministros do Supremo decidiram que a decisão do caso terá repercussão geral. Ou seja, o parecer do STF no caso Stella vai afetar outros pedidos de pensão por filhas transexuais de militares.

Via Revista Oeste

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui