O empate do Flamengo com o Vasco neste domingo (15), no Maracanã, deixou Tite muito chateado, como o próprio treinador deixou claro em sua entrevista após o clássico. A frustração foi tão grande que o técnico demorou cerca de 1h20 para assimilar o resultado, apesar do desempenho.
“A minha demora foi para assimilar o desempenho da equipe, com grande desempenho, mas sem resultado. `Às vezes não acompanha. É muito difícil de assimilar. Teve jogos de Copa do Brasil (entre os últimos seis jogos do Brasileirão) no meio, mas não tenho dimensão para avaliar. Foi um grande desempenho hoje”, afirmou Tite.
O Flamengo saiu na frente do placar, com Gerson, mas sofreu gol de Philippe Coutinho, aos 43 minutos da etapa final, em lance que teve origem uma falta de ataque para o Rubro-Negro.
Na entrevista coletiva, Tite foi questionado sobre a jogada, reclamou da arbitragem de Raphael Claus (SP) e lembrou que a responsabilidade não pode ser individualizada.
“Fica a frustração pelo resultado, não especificamente do lance. Há um contexto todo do lance. Estávamos mais próximos de fazer o segundo gol do que tomar. Oportunidades e tudo mais. O lance tem uma série de aspectos. Para mim, de boa, foi falta no Léo Pereira fora da área. Há um desequilíbrio pelas costas. Aliás, apitou contra o Bahia lá. Os critérios me confundem. O Claus (Raphael, árbitro) me confunde. A culpa é de todos, do técnico e da comissão técnica, e das ações coletivas”, iniciou Tite, que voltou a ser questionado sobre a presença dos zagueiros na área.
“Teve a falta e (e os zagueiros) foram para área concluir. Houve o rebote e eles estão lá para continuar na jogada. Tivemos a oportunidade de finalizar. O futebol nunca é uma situação única. Erramos conjuntamente. O Vasco foi efetivo em uma das poucas oportunidades que teve”, completou.
Com o resultado, o time de Tite chega aos 45 pontos e segue no G4.
O Flamengo volta a campo na quinta-feira (19), no Maracanã, no jogo de ida das quartas de final da Libertadores. O adversário é o Peñarol, do Uruguai.
Explicação para o segundo turno do Flamengo
“Está abaixo do que queríamos como desempenho e reconhecemos.”
“Atletas machucados, a formatação da equipe, acaba oscilando, adversários de qualidade. Hoje entrou Philippe Coutinho para fazer o gol de empate. Estou bravo com ele, mas tenho uma gratidão muito grande por ele. As oscilações acontecem. Há qualidade do outro lado. Saiu Payet e entrou Coutinho.”
Peso do calendário no desempenho
“É preciso contextualizar as coisas. Eu lutei a minha vida toda contra a ignorância. A minha própria. Eu luto para saber das coisas. Essa busca do entendimento mais amplo, de passar a quem está nos ouvindo com informação, conhecimento, análise, é muito legal. A busca do saber não é uma forma aleatória. Vou colocar em risco o meu emprego? Não sou maluco. É um contexto.”
Participação de Arrascaeta no clássico
“Eu não poupo. Tem o departamento que libera o atleta para o jogo ou não. É função do preparador físico e médico. Não treinaram FB, Bruno e Arrascaeta. Arrascaeta, com exames, com resquícios. Estava previsto, com segurança, para menos tempo. Corremos o risco pela importância do jogo. A necessidade pediu o Arrascaeta pela lesão (do Luiz Araújo).”
Briga pelo título do Brasileirão e possibilidade de rodar o time
“Eu aprendi no Flamengo uma coisa: tem que brigar por tudo e buscar todos títulos. É isso que estamos fazendo. Estamos jogando por todos. Não tem poupar. Por isso que estamos chateados. Era um passo para nos consolidar na parte de cima da tabela.”
Opção por Carlinhos antes de Gabigol
“Treinamento, jogos. Carlinhos foi decisivo contra o Bolívar, Atlético e Vitória. É por isso.”
“Complementando. BH decisivo contra o Bahia, com gol e assistência.”
“Fizemos o gol com o Carlinhos em campo. O desempenho do Carlinhos nos outros jogos foi isso que me levou a decidir.”