Paredes sem reboco, um madeirite como cama e mobília precária. Essas características descrevem a casa de Paulo Braga, de 68 anos, conhecido nas últimas semanas como “tio Paulo”. O imóvel fica em uma garagem, na Estrada do Engenho, em Bangu, no Rio de Janeiro.
Registrada pelo jornal O Globo, a foto revela detalhes da residência, que se resume a um cômodo de quatro metros quadrados. Moradores da região relataram que Braga era solitário, com problemas de saúde e dificuldades até para se alimentar, dependendo da ajuda da vizinhança.
Braga viralizou nas redes sociais, depois de sua sobrinha, a dona de casa Érika de Souza Vieira, levar o corpo do homem a uma agência bancária, no mesmo bairro, para sacar um empréstimo de R$ 17 mil.
Informações preliminares dão conta de que o idoso chegou morto ao local, versão essa contestada pela defesa de Érika. Dias antes, ele recebeu alta, depois de sofrer uma pneumonia.
Imagens de uma câmera de segurança mostram “tio Paulo” vivo na noite anterior àquela na qual Érika o levou já morto à agência bancária. No vídeo, é possível ver a mulher empurrando a cadeira de rodas durante a entrada em uma lotérica.
De acordo com o laudo do exame de necropsia, o idoso apresentava sinais de bronco aspiração, congestão pulmonar e falência cardíaca por doença isquêmica prévia.
No entanto, o laudo não determinou se a morte ocorreu antes ou durante a ida ao banco. Ele havia sido internado na unidade de pronto atendimento de Bangu. A internação ocorreu de 8 a 15 de abril, por pneumonia e dependência de oxigênio, conforme registros médicos.