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Tijolos especiais armazenam calor e energia

A transição para energia limpa tem dificuldades diferentes para cada setor. A indústria, por exemplo, precisa de geração de energia constante e nem sempre pode depender de fontes eólicas ou solares. A Universidade de Stanford (Inglaterra) pensou em solução viável e sustentável: tijolos especiais que armazenam calor e energia.

A ideia é usá-lo para fornecer energia aos processos industriais sem necessidade de energia extra – e ainda economizar.

Ideia é usá-lo para fornecer energia aos processos industriais sem necessidade de energia extra (Imagem: Alexknight12/Wikimedia Commons CC BY-SA 3.0)

Tijolos especiais podem “limpar” indústrias

A ideia faz parte de novo estudo de Stanford e é simples: tijolos refratários. Essa ideia não é exatamente nova, já que o material é usado há séculos em construções. A novidade é a aplicação na indústria. Como explica o New Atlas, os processos industriais exigem temperaturas altíssimas que, em maioria, são obtidas com carvão, óleo e gás fóssil. Basicamente, fontes poluentes.

Com as pressões em prol da transição energética, a indústria também precisa encontrar forma de gerar energia sustentável. O artigo da universidade propõe o uso de tijolos refratários que armazenam energia e reduzem perdas na hora da conversão para uso.

Material armazena energia e calor para processos industriais

  • Os tijolos refratários propostos podem suportar e armazenar calor em temperaturas altíssimas;
  • Além disso, eles têm baixa condutividade térmica, o que permite a obtenção de calor lentamente e a baixa perda;
  • Na construção, esses tijolos são cercados por outro tipo de tijolo refratário, mais isolante e, depois, por aço. Isso ajuda a reduzir a perda de calor;
  • O calor obtido pode ser extraído dos tijolos sob demanda, evitando a necessidade de bateria ou dispositivo extra de armazenamento.
Aplicação na indústria ajudou a reduzir trilhões de dólares (Imagem: Jacques Durocher Photo/Shutterstock)

Estudo examinou aplicação de tijolos na indústria

O estudo da Universidade de Stanford analisou o impacto do uso de tijolos refratários para armazenar o calor de processos industriais em 149 países. As nações escolhidas têm expectativa de finalizar a transição renovável para fontes 100% limpas em até 2050, mas, por enquanto, são responsáveis por 99,75% das emissões de carbono globalmente.

Os pesquisadores usaram modelos computacionais para analisar emissões, custos e impactos na saúde em dois cenários: um em que os tijolos fornecem 90% do calor para os processos da indústria e, outro, sem tijolos refratários.

A comparação entre os dois cenários constatou que os tijolos refratários reduziram os custos em US$ 1,27 trilhão, cerca de R$ 7,2 trilhões. Além disso, o material reduziu a necessidade de uso de baterias em 14,5%, a produção de hidrogênio para geração de energia em 27,3%, a necessidade de espaço terrestre em 0,4% e custo total de energia em um ano em cerca de 1,8%.

O autor principal do estudo, Mark Jacobson, explicou a vantagem:

A diferença entre o armazenamento de tijolos refratários e o armazenamento em bateria é que os tijolos refratários armazenam calor em vez de eletricidade e custam um décimo do preço das baterias. Os materiais também são muito mais simples. Eles são basicamente apenas os componentes da sujeira.

Mark Jacobson, principal autor do estudo, em entrevista ao New Atlas

Via Olhar Digital

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