sábado, outubro 5, 2024
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Tese acadêmica reativa debate sobre mineração no fundo do mar

Uma tese de doutorado sustenta que as fontes hidrotermais e os campos de manganês nas profundezas dos oceanos contêm muito mais biodiversidade do que imaginávamos.

É o que sustenta a bióloga marinha do Instituto Oceanográfico Nacional Holandês (NIOZ), Coral Diaz-Recio Lorenzo. Ela apresentou o trabalho de conclusão do doutorado nesta sexta-feira (26).

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Para sua pesquisa, Lorenzo analisou copépodes (um grupo de crustáceos) que coletou em fontes hidrotermais na Bacia de Lau, na fronteira da placa australiana e do Pacífico, perto da ilha de Tonga.

Usando robôs subaquáticos, ela recolheu vários desses pequenos animais, parecidos com camarões, que dominam esses habitats.

Através da análise de DNA ela mostrou que espécimes que pareciam iguais por fora, eram diferentes por dentro. Ou seja, estamos falando de espécies distintas – e que podem ser exterminadas caso seja liberada uma exploração mineral sem regras (ou com normas relaxadas e sem pensar no meio ambiente).

Espaço de reprodução

A segunda parte da pesquisa envolveu amostras coletadas de um campo de manganês, localizado na zona Clarion Clipperton. Essa é uma grande região no Oceano Pacífico, que fica a mais ou menos entre 4.000 e 5.000 metros de profundidade.

A segunda parte da pesquisa envolveu amostras coletadas de um campo de manganês, localizado na zona Clarion Clipperton. Essa é uma grande região no Oceano Pacífico, que fica a mais ou menos entre 4.000 e 5.000 metros de profundidade.

A bióloga marinha descobriu que nesses locais normalmente podem ser encontrados de 10 a 15 animais por bacia – mas às vezes até mais de 200 seres vivos, entre nematóides (vermes), copépodes e outros.

Ela percebeu até a presença de ovas em algumas amostras, o que demonstra que os animais utilizam o espaço como habitat para reprodução.

Mais uma vez, a cientista utilizou um robô para chegar até essa profundidade.

A mineração no fundo do mar

  • Essa discussão ocorre há anos.
  • Atualmente, a indústria de mineração não pode atuar em águas internacionais, mas não há legislação definitiva sobre o tema.
  • Alguns países decidem a questão dentro das suas próprias fronteiras.
  • A corrida por matérias-primas aumentou a pressão por parte de empresas e governos para que a atividade seja permitida.
  • Muitos cientistas, biólogos e ambientalistas, porém, vêm se manifestando contra.
  • A fundação Finance for Biodiversity, por exemplo, já emitiu uma declaração defendendo que os riscos ambientais, sociais e econômicos sejam totalmente compreendidos e as alternativas aos minerais do fundo do mar tenham sido totalmente exploradas antes de avançarmos com máquinas pesadas para dentro do oceano.
  • Toda essa discussão ocorre por que especialistas acreditam numa quantidade gigantesca de riquezas nessa parte do mundo.
  • Somente na Zona Clarion-Clipperton (sobre a qual falamos no texto), autoridades acreditam haver mais de sete bilhões de toneladas de manganês, 340 milhões de toneladas de níquel, 290 milhões de toneladas de cobre e 78 milhões de toneladas de cobalto.

As informações são do portal Phys.org.

Via Olhar Digital

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