quinta-feira, novembro 21, 2024
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TERESINA DESFIGURADA!

O descaso do poder público com a preservação do patrimônio arquitetônico de Teresina sempre foi a regra em todas as gestões, sem exceção, apesar da existência de leis municipais que tratam dessa matéria.

Um dessas leis permite que o proprietário do imóvel no centro promova reformas, deixando intacta a fachada ou “parte relevante do monumento que participe da paisagem urbana de domínio visual para a população”.

Esse dispositivo legal, no entanto, não tem impedido as demolições de prédios inteiros na calada da noite, por todo a área central de Teresina, que a cada dia que passa fica mais desfigurada.

Com o IPTU elevado que cobra, a prefeitura termina estimulando essas práticas. São incontáveis as casas que, da noite para o dia, viram estacionamento no centro da Capital, hoje um local perigoso de se morar, haja vista o aumento crescente da bandidagem e a falta de policiamento nas ruas, especialmente durante a noite.

A PMT e o Governo do Estado, quando muito fizeram algumas intervenções no sentido de preservar prédios históricos, destacando-se o Clube dos Diários, Theatro 4 de Setembro, Escola Normal Antonino Freire, Comepi, o Centro Artesanal, Antigo Quartel da PM, na Praça Pedro II, Palácio de Karnak, sede do Governo, o Prédio do Museu e do Arquivo Público, Mercado Central, entre outros.

Destaque-se ainda a recuperação pela prefeitura, mantendo a arquitetura original, de muitos prédios históricos que viviam em estado de abandono, na segunda gestão do prefeito Wall Ferraz.

Como exemplo dessas intervenções podemos elencar o prédio do antigo Matadouro Municipal, no bairro do mesmo nome, que foi transformado no Teatro do Boi, na Zona Norte Cidade; o Mercado do Cajueiro, agora Palácio da Música, e a casa do Barão de Gurguéia, na praça Saraiva, transformada na Casa da Cultura e hoje, lamentavelmente, fechada e, ao que parece, abandonada.

A preocupação com a preservação de prédios históricos, lamentavelmente, não alcançou o velho prédio do INPS, na Praça João Luiz Ferreira, ameaçado de desabar a qualquer momento.

Faz muito tempo que se discute a destinação do velho pardieiro da Praça João Luís Ferreira. Primeiro se anunciou que o prédio seria transformado num Espaço Cultural do Banco do Nordeste, mas isso não vingou. Depois falou-se na possibilidade de vir a ser ocupado por famílias sem teto, e outras propostas que terminaram caindo no esquecimento.

O prédio até onde se sabe pertence ao Patrimônio Cultural da União e da Prefeitura de Teresina também, que parecem despreocupados com a possibilidade de acontecer uma tragédia na área central da cidade. Que Deus nos livre!

Não sou especialista na matéria, mas pode ser que essa provocação faça com que os técnicos do patrimônio histórico do Município, do Estado e do Patrimônio da União venham a público explicar que providências estão sendo tomadas para solucionar esse problema. É o que se espera!

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José Olímpio
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