Com o fim do calendário de Grand Slams da temporada e o término da Olimpíada de Paris, o tênis brasileiro se prepara para a fase final de grupos da Copa Davis, a Copa do Mundo de Tênis, sob o comando do capitão e ex-tenista Jaime Oncins.
Pela vez na história o Brasil vai participar dessa fase da competição, válida pelo novo formato vigente desde 2019. Os jogos acontecem de 10 a 15 de setembro, em Bolonha, na Itália. Para avançar à fase a final, que será em novembro, o país precisa se classificar em primeiro ou segundo lugar.
Os tenistas brasileiros encaram os donos da casa, além de Holanda e Bélgica. Eles desembarcaram em solo italiano nesta sexta-feira (6). A estreia está prevista para o próximo dia 11.
Em entrevista à CNN, o capitão do Time Brasil na Copa Davis, Jaime Oncins analisou o grupo do Brasil.
“A Itália é o time mais forte que tem na Copa Davis, o time mais completo. Bélgica é um time muito parecido com o nosso. Já a Holanda eles têm um jogador ali que está no top-20, mas também é um time parecido com o nosso. Eu acho que a gente tem boas chances de poder surpreender e conseguir a vaga pra grande final”.
Foram convocados por ele para representar o país: Thiago Monteiro, Felipe Meligeni, João Fonseca, além de Rafael Matos e Marcelo Melo nas duplas. O tenista número 1 do país, Thiago Wild, ficou de fora.
Sobre os brasileiros nas quadras, Oncins destacou cada um deles, começando por Thiago Monteiro, tenista cearense que está na sua 14ª convocação.
“Tem o Thiago Monteiro que vem de um bom ano, nos últimos dois confrontos ele acabou ajudando muito. Na Suécia ele deu o nosso ponto decisivo para a classificação”, disse.
“Temos o Felipe Meligeni que principalmente jogando duplas, sempre foi uma peça fundamental pro time. Até agora ele está invicto nas duplas. O João Fonseca vem com a juventude, já tinha sido convocado e agora vai de novo como titular para nesse Finals na Itália”, acrescentou sobre os outros jogadores.
Já nas duplas, ele pontuou o que considera o ponto alto do time. “Eu acabo tendo duas opções de formação, usando a experiência do Marcelo Melo junto com a juventude do Rafa Matos e do Felipe. Então eu tenho essa possibilidade de fazer duas formações. Num confronto como esse, em que jogamos com times diferentes, vamos sentir a quadra e adaptar conforme a característica dos nossos jogadores”, disse.
Temos uma mescla muito boa. Nosso time tem experiência e tem jogadores novos
Jaime Oncins, capitão do Time Brasil e ex-tenista
Oncins esteve no topo do tênis brasileiro profissional durante muitos anos, principalmente na década de 90, ao lado de Gustavo Kuerten, o Guga.
À época, o tênis viveu uma alta na popularidade no país e ele chegou a figurar na 34ª posição no ranking da ATP, além de participar de duas Olimpíadas, Barcelona-92 e Sydney-2000.
Mas a Copa Davis é especial da vida do atual capitão. Ele foi parceiro de Guga nas disputas e protagonizou um momento histórico para o Brasil na edição de 1992, realizada no Rio de Janeiro.
O Brasil venceu a Alemanha que por 3 a 1. Oncins venceu os dois jogos com seu talento e apoio da torcida. Na vitória contra Markus Zoecke por 3 a 2 ele não conteve a emoção e chorou no saibro improvisado para a disputa. A emoção foi tanta, que a torcida brasileira invadiu a quadra para comemorar junto ao tenista.
Ele venceu no último ponto numa partida que durou 5 horas e 40 minutos.
São as melhores recordações que eu tenho. Os principais momentos que eu tive na carreira foram em Copa Davis
Jaime Oncins, capitão do Time Brasil e ex-tenista
“A Copa Davis foi a única coisa que eu senti falta no circuito quando eu parei de jogar tênis. É o momento que o tenista tem de jogar por uma equipe. O tênis é um esporte individual, você passa o ano todo viajando sozinho com seu treinador e a Copa Davis é diferente por isso, você está ali com 5 jogadores com o mesmo objetivo”, destacou.
Sobre viver o “outro lado” da competição agora, como capitão, ele revelou o que o motivou a liderar o time.
“Quando eu assumi esse cargo, eu tinha essa intenção, de trazer esse espírito de volta, conseguir fazer com que os jogadores entendessem a importância de disputar uma Copa Davis. Por isso que acabou dando certo, por trazer esse passado como jogador”, finaliza.
- 12 de setembro – Brasil x Holanda