quinta-feira, novembro 21, 2024
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Tempo seco vai fazer Brasil entrar em uma crise hídrica?

Estamos prestes a entrar em mais uma semana com onda de calor. Na cidade de São Paulo, por exemplo, os meteorologistas falam em termômetros batendo na casa dos 36ºC – isso em pleno inverno.

O estado, assim como vários outros, está sofrendo com as queimadas. Alguns lugares estão sem chuva há 100 dias. A estimativa de especialistas é que a seca já afeta pelo menos 1.400 cidades em todo o país.

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Além do tempo seco, a falta de chuva prejudica bastante a geração de energia aqui no Brasil. Isso porque nossa principal fonte vem das usinas hidrelétricas. Reservatórios vazios quase sempre significam racionamento de água e conta de luz mais caras.

Esse primeiro item ainda não aconteceu para a maioria das pessoas. Mas o governo federal está com o sinal de alerta ligado. Na última quinta-feira (19), o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico se reuniu de forma extraordinária para analisar um plano de contingência elaborado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O objetivo desse plano é garantir o suprimento de energia ao país e evitar apagões. Mesmo em caso de manutenção dessa seca.

A Usina de Itaipu, no Sul do país, é uma das maiores hidrelétricas do mundo – Imagem: Divulgação/Itaipu Binacional

Vamos ter de fazer racionamento?

  • O g1 ouviu especialistas na área sobre essa possibilidade nos próximos meses.
  • Apesar do tempo seco, os reservatórios das usinas hidrelétricas ainda estão acima de 50%.
  • É um número melhor do que o registrado nas últimas crises hídricas.
  • O mês de setembro, porém, deve ser mais seco do que o normal, piorando esse índice.
  • Segundo o professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Nivalde de Castro, o Brasil corre, sim, o risco de enfrentar uma crise hídrica.
  • A boa notícia é que a previsão para o último trimestre do ano é de mais chuva.
  • A expectativa é que o fenômeno climático La Niña atue mais no período, levando um refresco principalmente às regiões Norte e Nordeste.
  • Essa chuva, porém, não deve resolver o problema dos reservatórios de forma instantânea.
  • É o que explica o meteorologista Alexandre Nascimento, sócio-diretor da empresa de previsão Nottus:

“É aquela chuva que vai cair num solo seco, extremamente castigado. A chuva cai, vai selando o solo, para depois de algumas semanas responder em vazão, para depois de algumas semanas conseguir encher os reservatórios”, disse o especialista.

  • De acordo com a Nottus, a recomposição dos reservatórios só deve acontecer entre o final do ano e o início de 2025.
As ondas de calor vem se tornando cada vez mais frequentes no Brasil e no mundo – Imagem: Piyaset/Shutterstock

Conta de luz mais cara

Até a chegada das chuvas e a possível recomposição dos reservatórios, o brasileiro deve gastar um pouco mais com a conta de energia elétrica.

A minha chegou há alguns dias e ela veio bem mais salgada… Isso porque a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionou a chamada bandeira tarifária vermelha patamar 1. O órgão cogitou acionar a bandeira 2, mas voltou atrás da decisão.

Nessa modalidade, devemos pagar um acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

É a primeira vez em 3 anos que a Aneel adota esse tipo de bandeira, que tem duas funções principais:

1) estimular as pessoas a usarem menos energia elétrica;
2) ajudar as pagar as despesas com o acionamento das termelétricas.

Agora, independentemente da bandeira, a recomendação é que você sempre faça um uso consciente da energia. Evitar desperdício ajuda a preservar os recursos naturais e também traz sustentabilidade ao setor elétrico.

Essa consciência socioambiental deve virar uma constante em nossas vidas. Ainda mais agora que as mudanças climáticas parecem ter chegado para ficar.

Via Olhar Digital

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