sábado, novembro 23, 2024
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Tempestade de radiação lançada por mancha no Sol atinge a Terra

Tem sido muito frequente – especialmente com a aproximação do pico de atividade solar antecipado para meados deste ano – noticiarmos explosões no Sol e as consequentes tempestades geomagnéticas na Terra. 

No entanto, esse não é o único efeito que a “fúria indomável” da nossa estrela hospedeira pode causar nos planetas que a orbitam. Existem ainda as tempestades de radiação, que também são ocasionadas pelo disparo de material das erupções solares.

De acordo com o serviço de climatologia e meteorologia espacial Spaceweather.com, uma tempestade de radiação solar – também conhecida como Evento de Proton Solar (SPE) – ocorre quando os prótons contidos no Sol são lançados em velocidades incrivelmente altas. Essas tempestades de radiação podem fazer o trajeto Sol-Terra em apenas 30 minutos e durar vários dias. 

Ainda segundo a plataforma, na madrugada desta segunda-feira (29), à 1h38 (pelo horário de Brasília), uma forte erupção solar de classe M6.8 foi registrada pelo Observatório de Dinâmicas Solares da NASA e pelo Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), da Agência Espacial Europeia (ESA).

O Sol está no centro da imagem acima, que mostra primeiro um brilho repentino na borda noroeste causado por uma erupção solar M6.8. Em seguida, vemos a cena “salpicada” de prótons de alta energia. Créditos: SDO, SOHO e jhelioviewer.

Como foi a explosão solar que lançou a tempestade de radiação

Conforme descreve o site EarthSky.org, grandes laços coronais se ergueram do Sol com um brilho intenso. Então, veio um estalo, enquanto prótons de alta energia explodiram para longe do Sol perto da velocidade da luz (que é de quase 300 milhões de km/s).

Era como se você tivesse um balão revestido com gotículas de água que se expandiram tão repentinamente que estourou, espalhando um spray de água (ou, neste caso, prótons de alta energia).

EarthSky.org

A maior parte do material solar lançado ao espaço por esse evento, localizado na borda noroeste do Sol pela perspectiva da Terra, não deve atingir o planeta, porque a mancha AR3559, onde se deu a explosão, não está na nossa direção.

No entanto, o mesmo não se pode dizer sobre os prótons, que são chamados de partículas energéticas solares. Assim como um dispersor de água girando em um jardim, o campo magnético do Sol sai em espiral (a Espiral de Parker). E – por causa de sua carga elétrica – os prótons seguem os campos magnéticos em espiral para longe da estrela. 

Essa “rodovia” de partículas magnéticas se curva de volta em direção à Terra a partir do lado ocidental do Sol (de onde é mais comum a ocorrência de tempestades de partículas solares). Observe o diagrama explicativo abaixo:

Crédito: Sapceweather.com

O evento desta madrugada ejetou uma tempestade de partículas solares S1 – considerada de grau fraco em uma escala que vai de S1 a S5. Essa explosão já causou um apagão de rádio de ondas curtas sobre a Austrália. Também é possível que operadores de rádio amador e navegadores em alto mar tenham notado perda de sinal em frequências abaixo de 30 MHz por até uma hora após o surto. Nenhuma consequência além dessas é esperada de uma tempestade de radiação de grau S1.

Tempestades de radiação solar às vezes duram dias e podem continuar aumentando a intensidade. De qualquer forma, não há risco para quem está na superfície da Terra, devido à atmosfera espessa e ao campo magnético do planeta, que repele as partículas. 

No entanto, essas partículas carregadas podem criar um ambiente de radiação perigoso para os astronautas em órbita, principalmente aqueles que estiverem em atividade extraveicular (EVA), também chamadas de caminhadas espaciais. Em casos mais extremos, os níveis de radiação podem ser perigosos até para aviões que voam em rotas polares. 

Via Olhar Digital

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