sexta-feira, novembro 22, 2024
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Telescópio Euclid revela novas imagens cintilantes do Universo

Nesta quinta-feira (23), o telescópio espacial Euclid, da Agência Espacial Europeia (ESA), revelou cinco novas imagens cintilantes do cosmos, destacando uma variedade de objetos celestes com detalhes inéditos. 

Conhecido como o “detetive do Universo sombrio”, o equipamento tem a missão de desvendar os mistérios da energia escura e da matéria escura, componentes intrigantes e invisíveis do Universo. 

A energia escura está associada à força que acelera a expansão do Universo, enquanto a matéria escura, invisível por não interagir com a luz, compõe uma parte significativa do cosmos, diferindo da matéria “comum” que forma estrelas e planetas.

O Universo escuro representa um desafio significativo para os cientistas, pois a energia escura constitui aproximadamente 68% do cosmos, e a matéria escura, cerca de 27%. Em contraste, apenas 5% é formado pela matéria e energia convencionais. 

Euclid tem a missão de explorar esses elementos enigmáticos. As novas imagens, parte das Observações Iniciais do Telescópio, demonstram que ele está apto a essa tarefa e pode superar as expectativas iniciais dos cientistas.

Lançado pela SpaceX em 1º de julho de 2023 do Cabo Canaveral, na Flórida, a bordo de um foguete Falcon 9, Euclid já enviou imagens incríveis para a Terra. Com o tempo, espera-se que esse envio de dados se tornem mais frequentes. 

As cinco imagens recém-divulgadas são pelo menos quatro vezes mais nítidas do que aquelas obtidas por telescópios terrestres, cobrindo vastas áreas do céu com uma profundidade sem precedentes. 

Equipado com uma câmera de 600 megapixels que capta alvos celestes na luz visível e um espectrômetro infravermelho próximo, Euclid está posicionado para fornecer perspectivas valiosas do Universo distante.

Novas imagens cintilantes obtidas pelo Telescópio Espacial Euclid

Você confere a seguir as imagens obtidas pelo Euclid recém-divulgadas pela ESA.

Abell 2390

A imagem de Euclid do aglomerado de galáxias Abell 2390 revela mais de 50 mil galáxias e impressionantes arcos de lentes gravitacionais, que são múltiplas visões do mesmo objeto distante. 

Aglomerado de galáxias Abell 2390 na visão de Euclid. Créditos: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, image processing by J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi

Essas lentes, que dobram e distorcem a luz das galáxias distantes pela gravidade, são usadas para explorar o Universo escuro e medir a matéria escura. Os cientistas estudam como as massas e o número de aglomerados de galáxias mudaram ao longo do tempo, revelando a história e a evolução do Universo. 

Além disso, Euclid destaca a “luz intraglomerado”, que vem de estrelas arrancadas de suas galáxias e fica no espaço intergaláctico, ajudando a identificar onde está a matéria escura.

Messier 78

Esta imagem incrível mostra a galáxia Messier 78, um berçário de estrelas cercado por poeira interestelar. Utilizando uma câmera infravermelha, Euclid revelou regiões ocultas de formação estelar, mapeando filamentos de gás e poeira em detalhes inéditos e descobrindo novas estrelas e planetas.

Galáxia Messier 78, um berçário de estrelas cercado por poeira interestelar. Créditos: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, image processing by J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi

Seus instrumentos detectam objetos com apenas algumas vezes a massa de Júpiter e revelaram mais de 300 mil novos corpos celestes neste campo de visão.

NGC 6744

Euclid capturou também NGC 6744, uma galáxia espiral que exemplifica o tipo de galáxia que mais forma estrelas atualmente no Universo. A imagem abrange toda a galáxia, revelando tanto a estrutura espiral em grande escala quanto detalhes finos, como faixas de poeira emergindo dos braços espirais.

NGC 6744, uma galáxia espiral do tipo que mais produz estrelas no Universo. Créditos: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, image processing by J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi

Os cientistas utilizam esses dados para estudar a relação entre poeira, gás e formação de estrelas; mapear a distribuição de diferentes populações estelares; e entender melhor a física das galáxias espirais.

Abell 2764 (e sua estrela brilhante)

Esta imagem mostra o aglomerado de galáxias Abell 2764 (canto superior direito), contendo centenas de galáxias e um vasto halo de matéria escura. O telescópio Euclid captura muitos objetos neste campo de visão, incluindo galáxias de fundo, aglomerados distantes e galáxias interagindo. 

ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, image processing by J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi

A ampla visão de Euclid permite aos cientistas determinar o raio do aglomerado e observar galáxias distantes. Essas observações também ajudam a explorar galáxias da época das trevas cósmicas, como Abell 2390. Uma estrela brilhante de primeiro plano (V*BP-Phoenicis/HD 1973) aparece na cena, mas Euclid minimiza sua dispersão de luz, permitindo a visualização clara das galáxias distantes.

Grupo Dorado

Na última imagem divulgada pela ESA, Euclid revela galáxias em evolução e fusão no grupo Dorado, evidenciando caudas de maré e conchas resultantes de interações galácticas. Este conjunto de dados ajuda os cientistas a estudar a evolução das galáxias, melhorar modelos de história cósmica e compreender a formação galáctica em halos de matéria escura. 

Nesta imagem, Euclid revela galáxias evoluindo e se fundindo “em ação” no grupo de galáxias Dorado. Créditos: ESA/Euclid/Euclid Consortium/NASA, image processing by J.-C. Cuillandre (CEA Paris-Saclay), G. Anselmi

A imagem demonstra a capacidade única de Euclid para capturar uma ampla variedade de galáxias, de brilhantes a fracas, graças ao seu campo de visão abrangente, profundidade notável e alta resolução espacial. Os cientistas também investigam aglomerados globulares para entender sua história e dinâmica galáctica.

Via Olhar Digital

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