Foragido desde o início desta semana, o técnico Cleber de Oliveira Santos, que atuava no laboratório PSC Lab Saleme, foi preso no Rio de Janeiro, na quarta-feira 16. Ele é acusado de emitir laudos de HIV com falsos negativos, o que resultou na infecção de seis pacientes que se submeteram a transplantes de órgãos. A empresa onde ocorreram os erros está no centro das investigações.
A prisão de Cleber encerra as buscas pelos envolvidos, que incluem os técnicos Ivanilson Fernandes dos Santos e Jacqueline Iris Bacellar de Assis, além do ginecologista Walter Vieira, um dos sócios do laboratório.
Sobre as acusações, a defesa de Cleber nega sua participação em exames falsos e alega que ele não tinha vínculo formal com o laboratório.
Erro humano causou infecções do HIV
Segundo o PSC Lab Saleme, um erro humano causou os falsos negativos. Walter Vieira afirmou à polícia que Cleber não “zerou” a máquina antes dos testes, e isso teria provocado os erros. Cleber tinha a formação para preparar os exames, mas a assinatura final, contudo, era de Vieira.
No segundo laudo, Ivanilson dos Santos teria escrito “negativo” em vez de “positivo”. Sem formação superior, o profissional não podia assinar os resultados. Jacqueline de Assis deveria ter verificado os laudos, mas liberou o documento sem checar adequadamente.
O falso diploma de Jacqueline de Assis
A polícia acusa Jacqueline de apresentar um diploma falso de biomédica. Sua defesa nega conhecimento sobre essa certificação e afirma que ela nunca atuou como biomédica. Afonso Destri, advogado de Vieira, alegou que “o laboratório não sabia que o diploma dela não era verdadeiro, só descobrimos depois da descoberta desses casos”.