domingo, novembro 24, 2024
InícioInternacionalTCU cobra plano nacional contra desastres naturais há 10 anos

TCU cobra plano nacional contra desastres naturais há 10 anos

Há dez anos, o Tribunal de Contas da União (TCU) tem pressionado o governo federal para a criação de um plano nacional de defesa civil para prevenir e reduzir danos em desastres naturais. A recente tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul ressaltou a urgência dessa demanda e revelou a incapacidade do poder público de responder prontamente aos cidadãos afetados.

Até o momento, apesar das promessas, o plano ainda não foi implementado, mas espera-se que seja lançado até o final de junho deste ano, conforme noticiou o jornal Gazeta do Povo.

Entre 2018 e 2020, uma fiscalização intensiva do TCU identificou várias falhas na gestão de recursos destinados à prevenção de desastres, na coordenação com Estados e municípios e nas despesas já realizadas.

Os resultados dessa auditoria, concluída em fevereiro de 2020, fizeram o TCU exigir que o Ministério do Desenvolvimento Regional implementasse, em seis meses, o Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil, previsto em uma legislação de 2012 ainda não regulamentada.

Ação governamental e expectativas futuras

Em dezembro de 2020, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) assinou um decreto que criava um “sistema” para a gestão conjunta de desastres por órgãos federais, estaduais, municipais e entidades civis, com meta de plano dentro de 30 meses.

No entanto, até novembro do ano passado, o programa ainda não estava pronto, o que fez o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estender o prazo para novembro deste ano.

Recentemente, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, anunciou na Câmara dos Deputados que o plano será lançado em junho, incluindo prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação.

Góes enfatizou que a estratégia terá 23 objetivos, com abordagem em 11 ameaças mais recorrentes no Brasil, como inundações e incêndios florestais. Segundo o ministro, a avaliação dos riscos considerará não apenas as mortes, mas também os prejuízos financeiros causados.

“Os eventos extremos não vão diminuir”, disse Góes. “Nós é que temos de nos preparar para nos adaptar, criar resiliência para lidar melhor com a situação e diminuir as condições de risco em que as pessoas vivem. Nós não temos a cultura de contingência – essa é uma verdade – e esperamos tê-la a partir deste primeiro plano.”

Detalhes financeiros e esforços de fiscalização

A auditoria do TCU também revelou que, entre 2012 e 2019, período que compreende os governos de Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e o primeiro ano de Bolsonaro, foram autorizados R$ 23 bilhões para essa área, mas apenas 70% desse valor foi realmente comprometido.

Atualmente, o painel do TCU mostra que, desde 2012, R$ 36,3 bilhões foram autorizados, com R$ 26,5 bilhões empenhados e R$ 22 bilhões efetivamente pagos. A maioria dos recursos comprometidos foi destinada a ações de resposta e recuperação.

Especificamente no Rio Grande do Sul, ao longo de 12 anos, foram empenhados R$ 869,7 milhões, com a maior parte direcionada a resposta e recuperação. Entre as principais obras de prevenção no Estado, estão a canalização da Vala da Curitiba e a ampliação do sistema de macrodrenagem da Bacia do Arroio da Areia.

Investimentos pós-desastre

Recentemente, o TCU iniciou três novos procedimentos para monitorar e facilitar os investimentos em resposta ao desastre causado pelas chuvas e na reconstrução das cidades afetadas.

Além disso, o governo federal anunciou um pacote de R$ 51 bilhões em medidas para o Estado, incluindo benefícios sociais antecipados e a suspensão do pagamento da dívida estadual por três anos, conforme declarado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Via Revista Oeste

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui