O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), anunciou, nesta quinta-feira, 26, que a tarifa de ônibus na capital paulista vai ser reajustada para R$ 5. A medida valerá a partir da 0h de 6 de janeiro, a primeira segunda-feira de 2025.
O aumento representa uma elevação de 13,6%, em relação ao valor atual de R$ 4,40.
De acordo com a gestão municipal, o reajuste ocorre em virtude da inflação acumulada desde a última alteração tarifária, em janeiro de 2020, quando houve a pandemia de covid-19. O isolamento provocou, na época, um esvaziamento dos transportes públicos.
A decisão foi discutida no Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (CMTT), onde a SPTrans apresentou uma análise dos custos operacionais do sistema de transporte.
Fatores econômicos influenciam reajuste da tarifa de ônibus
Durante a reunião do CMTT, Nunes destacou a influência de fatores econômicos na decisão. Ele afirmou que “a valorização do dólar e o aumento no preço do diesel foram determinantes para a decisão de elevar a tarifa”.
Depois de definido o novo valor, a proposta será enviada à Câmara Municipal para votação e aprovação.
A prefeitura assegurou que todas as gratuidades atualmente oferecidas devem permanecer em vigor. Uma delas é a integração entre até quatro ônibus em um intervalo de três horas.
Prefeitura subsidia quase 60% do transporte público
Na capital paulista, a prefeitura subsidia parte do transporte público. O cálculo do porcentual é feito conforme o número de passageiros.
Os repasses representaram 58,7% do custo total do sistema neste ano, no valor de R$ 11,4 bilhões. O outros R$ 4,6 bilhões foram arrecadados via passagens pagas pelos usuários.
O orçamento da cidade vai destinar R$ 6,5 bilhões ao subsídio das empresas de ônibus ao longo de 2025. Para 2024, foram previstos R$ 5,6 bilhões e o ano fechou 19,6% acima do previsto, com R$ 6,7 bilhões.
“Tarifa zero” em São Paulo
O aumento no repasse ao longo de 2024 surge na esteira da “tarifa zero” aos domingos nos ônibus da capital paulista, anunciada por Ricardo Nunes no fim do ano passado.
A gratuidade começou a valer em 17 de dezembro. A medida levou o município a pagar R$ 10 milhões a mais por mês – R$ 2,5 milhões a cada domingo – às empresas de ônibus, pelo aumento de 20% da demanda de passageiros.