No momento em que a privatização da Enel, empresa de geração e distribuição de eletricidade, é alvo de críticas pelo apagão prolongado em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) saiu em defesa do projeto de desestatização da Sabesp.
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 6, no Palácio dos Bandeirantes, o governador disse que os contratos de energia elétrica são “bem antigos” e diferentes do planejado para a Sabesp.
“(Na Enel) você não tem clareza de metas, de servidores, do concessionário, como estará no contrato da Sabesp”, disse Tarcísio.
Na avaliação do governador, a privatização da Enel é de 1997, com investimento mal dimensionado e sem metas claras para os municípios.
Tarcísio também afirmou que, no caso do modelo de privatização proposto por sua gestão, o governo de São Paulo permanecerá como acionista da empresa “justamente para garantir que aquelas obrigações estabelecidas vão continuar a ser executadas e que a gente não vá perder a capacidade de interlocução”.
A privatização da Sabesp, segundo o governador, tem metas objetivas, o que permitiria uma melhor fiscalização das agências reguladoras.
O apagão de energia está servindo de munição para a oposição na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
“As pessoas perceberam que a empresa privatizada corta equipes e demite pessoas. A Enel não estava preparada. Essa comoção terá um impacto grande no projeto de privatização da Sabesp”, disse o deputado Paulo Fiorilo (PT).
O apagão de energia elétrica que atinge a capital paulista desde a última sexta-feira (3) passou a subsidiar a estratégia da oposição aos governos estadual, de Tarcísio de Freitas (Republicanos), e municipal, de Ricardo Nunes (MDB). Legendas como PT e PSOL passaram o fim de semana afinando o plano de ação. Na esfera estadual, o foco está em condenar as privatizações, fazendo um paralelo com o processo de venda da Sabesp.
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