A morte da sucuri Ana Júlia, a cobra mais famosa do mundo, em Bonito, no Mato Grosso do Sul, teve repercussão mundial. Uma das primeiras hipóteses ventiladas era de que o animal tivesse sido morto pela atividade humana. O caso foi investigado pela Polícia Científica do estado, que concluiu que a serpente morreu de causas naturais.
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Cobra não apresentava marca de lesões provocadas por tiros
A cobra de quase 7 metros foi encontrada morta no domingo (24) pelo documentarista de vida selvagem, Cristian Dimitrius. O animal estava às margens do rio Formoso.
O caso provocou comoção na cidade e no estado. Dois dias após a serpente ter sido localizada sem vida, equipes da Polícia Militar Ambiental (PMA), da Polícia Civil, do Instituto de Criminalística e uma bióloga começaram uma investigação.
O principal objetivo era caracterizar ou não se a serpente foi morta de forma violenta por um disparo de arma de fogo ou até mesmo se ela tinha algumas lesões contusas que justificassem a morte dela.
Emerson Lopes dos Reis, diretor da Polícia Científica de Mato Grosso do Sul
Segundo as autoridades, não foram encontradas lesões no animal condizentes com disparos de arma de fogo. Mesmo assim a cobra foi levada para Campo Grande para a realização de exames complementares, como raio-x.
Nós fizemos exames radiográficos, não encontramos nenhuma fratura na região da cabeça, que era suspeita inicialmente de ter sido lesionada e descartamos a hipótese de morte violenta…Visto que o animal não teve uma morte violenta restou por tanto uma morte por consequência de uma patologia ou alguma questão própria do animal onde ela vive, sem interferência humana na morte desse animal.
Maristela Melo de Oliveira, perita
A perita revelou ainda que aproveitou o exame para fazer a medição do animal, que atingiu os 6 metros e 36 centímetros, e também para fazer a coleta de DNA para fazer o sequenciamento genético e de outros materiais biológicos. As informações são do G1.
Ana Julia ou Vovózona
- O documentarista Cristian Dimitrius foi um dos primeiros a identificar a cobra nas águas límpidas do rio Formoso, em Bonito.
- Ao longo de uma década, quase que anualmente o especialista em registros da vida selvagem desembarcou na cidade para visitar a serpente.
- O nome Ana Julia é uma ligação direta à tradução da palavra “sucuri” para o inglês, que é Anaconda.
- Além de ser uma homenagem à música “Anna Júlia”, da banda brasileira Los Hermanos.
- A cobra, no entanto, também era conhecida como “Vovózona” em função do seu tamanho.
- Independente do nome, o animal foi protagonista de documentários da BBC, reportagens internacionais e de pesquisas que envolvem cientistas de vários países.
- A mais recente aparição da cobra aconteceu em um registro no começo deste ano feito pelo famoso biólogo holandês Freek Vonk.