As questões das cidades são cada vez mais debatidas pela ala terrorista ambiental-climática que, por mágica, transforma as escalas, ignorando deliberadamente as suas proporções. A mistura indevida de relações entre os tamanhos das cidades em relação ao da Terra, como se todas fossem megalópoles, objetiva reforçar o discurso de que elas consigam mudar o ambiente e o clima do planeta. Essa conversa já remonta de longa data e é reforçada pelo grupo do C40, uma espécie de “associação internacional” a qual elegeu as 40 maiores cidades do mundo para aplicar as suas políticas draconianas de controle, mesmo sabendo que das 40, apenas 20 são cidades realmente de vulto, mas que sequer arranham a superfície do planeta.
Esse tema tem tomado as pautas devido principalmente ao objetivo número 11 dos “Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – ODS” da Organização das Nações Unidas, o qual visa a discursar sobre as cidades e comunidades sustentáveis. Para o caso em questão, achar que instalar telhados brancos, telhados com hortas, painéis solares e outras bobagens, resolveriam diversos problemas do planeta, incluindo o “aquecimento global”. Neste caso, além da comparação escalar mostrar o engodo que isto representa, notamos a total falta de nexo simplesmente observando a contradição do discurso entre telhado branco, detendo o “aquecimento global”, enquanto outros terão telhados pretos, cheios de painéis solares!
Já debatemos este assunto desde 2010, quando então montamos uma força-tarefa para deter leis estúpidas que pretendiam a imposição de telhados brancos para a população, quando os legisladores com baixíssimo nível de inteligência aceitaram discursos provenientes da ala dos Clintons e do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climática (IPCC) aqui no Brasil, os quais sustentavam que tais medidas seriam benéficas e reduziriam a temperatura do planeta em 1oC, sem apresentar nenhuma evidência desta proposição.
Quando os “especialistas” do IPCC foram confrontados sobre clima e arquitetura, verificamos categoricamente a sua total ignorância sobre o próprio tema que estavam a expor, não sabendo responder perguntas básicas sobre o clima, regionalização, normalização de parâmetros, além de não saberem absolutamente nada sobre a geometria e dinâmica das cidades brasileiras, como bem defendeu o saudoso e querido, professor Silvio Soares Macedo, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo.
As hortas urbanas

Mas esta é uma outra longa e boa história. No presente, queremos apresentar o resultado de uma pesquisa sobre a “agricultura urbana”. Denominada por AU, esta forma de uso da terra foi categorizada por ser uma aplicação das estruturas e lotes urbanos exclusivamente para o plantio de alimentos, mas de pequeníssima escala, portanto, totalmente local. O tema, obviamente parte da premissa falsa de que CO2 controle clima, temperatura do ar etc., argumentos estes que se mantêm, mesmo que a faltem as evidências no mundo natural e na História do planeta, de forma a provarem as alegações, exceto, é claro, os modelos do IPCC que foram programados para afirmarem isto.
Trata-se do artigo publicado na revista Nature Cities, com o título de “Comparando as pegadas de carbono da agricultura urbana e convencional”. Segundo o texto, o objetivo era realizar uma avaliação abrangente do desempenho ambiental da AU em relação à agricultura convencional, tendo em vista que os resultados de estudos anteriores foram inconclusivos. Jason K. Hawes, principal autor do texto, disse que o foi o primeiro estudo em larga escala a “resolver essa incerteza entre cidades e tipos de AU, empregando ciência cidadã em 73 locais de AU na Europa e nos Estados Unidos para comparar produtos de AU com alimentos de fazendas convencionais”. Exaltou a nova “pedra filosofal” ambiental.
O trabalho de nove páginas, redigido por 13 autores, prática comum da ciência realizada atualmente, resolveu na verdade quantificar o “balanço de carbono” pelo exercício da AU em relação à agricultura convencional de larga escala, determinando a fantasiosa “pegada de carbono” que a atividade apresenta. Claramente já peca em achar que um recorte geográfico de determinados países pode ser estendido a todas as cidades do planeta, sem nenhuma distinção maior.
Segundo o grupo de autores internacionais, liderados por Hawes, com alguns pertencentes à Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, as hortas urbanas “emitiriam” muito mais CO2 do que as convencionais, o que mostraria que o cultivo de alimentos, realizados em canteiros das cidades na escala doméstica, não contribuiria em reduzir as emissões de carbono para alcançarem o distópico “balanço zero”, almejado para o ano de 2030.
Segundo seus resultados, a AU apresenta uma pegada de carbono, ou seja, emite gases de “efeito-estufa” até seis vezes mais do que a emitida pela agricultura convencional, na relação de 420 gramas de CO2 por 70, respectivamente, por porção, para algumas culturas relacionadas. Os principais responsáveis não seriam as atribuições dadas diretamente ao carbono, mas as suas “equivalências” necessárias para a prática da AU.
Uma questão de infraestrutura
O uso de infraestrutura para manter a prática de AU como canteiros elevados, galpões de jardinagem e as trilhas feitas no chão foram particularmente criticados, porque fazem uso intensivo de CO2 de outras maneiras. Os compostos utilizados para adubagem mal gerenciados, fertilizantes provenientes de petróleo e outros materiais aumentariam o “aquecimento global”. Dá até para imaginar que, em breve, a insanidade vá dizer que o seu canteiro aqueça a Terra em 0,0000000000000001oC, não é mesmo?
Baseando-se na visão absurda de que o CO2 controle o clima, as frutas são 8,6 vezes mais “favoráveis ao clima”, enquanto que os vegetais são apenas 5,8 vezes quando cultivados em larga escala. Para o lado da AU, algumas culturas como a dos tomates, quando gerenciadas em jardins individuais, superam a agricultura convencional. Segundo o artigo, essas exceções sugeririam que os praticantes da AU podem reduzir seus impactos climáticos, plantando espécies que normalmente são cultivadas em estufas ou transportadas por via aérea, mantendo os locais de AU por muitos anos como melhores opções.
Na prática, pela óptica do devaneio ambiental deste texto, alimentos cultivados em casa contribuem para a “mudança climática”. Além disto, observamos uma ampla mistura de processos que passam a fazer parte da atividade, o que é um absurdo, pois criam uma alavancagem escalar que não é nada razoável. Será que há algo a mais por trás deste novo problema? Será que pretendem regulamentar ou almejam estabelecer uma proibição global de alimentos cultivados na casa das pessoas a fim de atingir a patética “emissão zero”. Essa historia está cheirando muito a “telhados brancos 2.0”.
Além das AUs
Vejamos que além, de Michigan, outros autores pertencem ao Instituto de Pesquisa de Desenvolvimento Regional e Urbano, sediado em Dortmund, Alemanha, órgão que se denomina de “pesquisa não universitária”, exercendo comparações da mudança da dinâmica e diversidade urbanas, de forma a contribuir para alcançar uma transformação sustentável social, ecológica e econômica do espaço urbano, ou seja, quando começa assim, já sabemos para onde essa carruagem caminha.
Embora diversos sítios de internet de notícias independentes tenham feito referência a uma possível “sugestão” de determinação para proibir a prática da AU pelo Fórum Econômico Mundial (FEM), essa informação não foi confirmada. Contudo, vale lembrar que profissionais da Universidade de Michigan são assíduos palestrantes deste fórum. O fato é que coisas deste tipo tornam-se um prato cheio para instituições inescrupulosas como o FEM que, por meio de seu patrono, Klaus Schwab, pode utilizar tal tema para “assediar” governantes que fazem parte de suas “escolas”. Schwab vem declarando abertamente que a “mudança climática” é a nova pandemia global, ou seja, nada mais repugnante.
O tal C40
Quanto ao C40, seu “Grupo de Liderança Climática das Cidades C40” vem tentando comprometer os cidadãos das cidades participantes com restrições cada vez mais draconianas como cortar o consumo de carne e leite, reduzir o número de aquisições de peças de roupas das pessoas por ano, cortar os carros particulares e restringir o uso de avião para um voo de curta distância por pessoa a cada três anos. São todos sacrifícios que o “povo global” precisa realizar para satisfazer a seita ambiental-climática em prol do planeta!
A conclusão do trabalho abre uma brecha para aqueles que gostam de controle, sempre criando proibições exacerbadas, motivadas pela fraude ambiental-climática, ainda mais quando baseadas em um único trabalho, cuja relevância é bastante questionável, com conclusões tortuosas e desvirtuadas por uma premissa falsa. Várias condições ambientais devido à variabilidade climática afetam o que poderíamos chamar de “desempenho vegetal agrícola”, parâmetros estes que sequer foram avaliados em tal pesquisa, dado o volume gigantesco de opções e combinações, as quais não podem ser apreciadas neste simples recorte singular. No final das contas, achar que hortas urbanas podem modificar o clima planetário mostra, mais uma vez, o tempo de insanidade em que vivemos.