A Suprema Corte dos Estados Unidos vai avaliar, nesta quinta-feira, 25, se o ex-presidente norte-americano Donald Trump pode ser processado por supostamente cometer crimes de quando era presidente.
Donald Trump defende uma imunidade absoluta conferida ao cargo. A decisão pode afetar os outros quatro processos jurídicos do candidato à Presidência dos EUA.
Os promotores federais acusam o republicano de criar uma conspiração para reverter o resultado das eleições de 2020, nas quais venceu o atual presidente, Joe Biden.
Em contrapartida, a defesa do ex-presidente alega que esses eventos foram atos oficiais como chefe do Executivo para proteger a integridade do pleito. Portanto, não poderiam ser objeto de processo.
Ao aceitar julgar o caso, a Corte adiou o andamento do processo sobre a suposta conspiração das eleições de 2020, que estava programado para começar em 4 de março.
Acusações contra Trump
Donald Trump já se tornou o primeiro líder norte-americano (em exercício ou não) a enfrentar um julgamento criminal no caso em que é acusado de fraude de registros comerciais.
O julgamento, que corre desde a semana passada em um tribunal de Nova York, diz respeito a eventos que ocorreram em 2016, antes de sua chegada à Casa Branca.
O empresário é acusado de encobrir pagamentos secretos para supostamente subornar uma atriz pornô que havia passado uma noite com ele. O suborno teria o objetivo de esconder o caso extraconjugal durante sua vitoriosa campanha de 2016. Para os promotores, o episódio corrompeu as eleições presidenciais.
Os pagamentos em si não são ilegais. Contudo, de acordo com a acusação, o ex-presidente teria cometido 34 crimes de falsificação de registros de despesas para escondê-los.
Trata-se do menos grave entre os quatro processos que Trump enfrenta, mas pode ser o único a ter um desfecho antes da eleição de novembro, na qual é candidato à presidência dos EUA.
Além de inédita, a ação em curso pode testar os limites do decoro presidencial: um veredicto de culpado e mesmo uma pena de prisão não são impedimento para que Donald Trump tome posse, caso Joe Biden vença a eleição.
No entanto, conforme pesquisas da agência Reuters/Ipsos, metade dos eleitores independentes e 1 em cada 4 republicanos diz que não votaria em Donald Trump se ele for condenado por um crime.