sexta-feira, novembro 22, 2024
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Stalker de MG acreditava ter relacionamento amoroso e frequentava mesmos lugares de médico perseguido, diz delegado

Kawara Welch, de 23 anos, foi presa em Uberlândia por stalking, ao perseguir um médico de Ituiutaba, Minas Gerais. Foragida desde março de 2023, a artista plástica enviou 1,3 mil mensagens e fez 500 ligações ao médico e sua família.

A defesa alega que existia um relacionamento, mas o médico nega o fato e registrou 42 boletins de ocorrência. Segundo o delegado Rafael Faria, Kawara acreditava ter uma conexão inexistente com o médico, frequentava os mesmos lugares que ele. O profissional não quis ser identificado.

Detalhes da investigação

O delegado destaca que as investigações mostram que a obsessão criada por Kawara foi a motivação do crime. Ainda segundo Rafael Faria, a jovem “tinha necessidade de se autoafirmar com um relacionamento, com uma conexão inexistente com o médico”.

Faria ainda observa que em nenhum momento das investigações ficou comprovado que os dois tivessem um relacionamento amoroso. Ele ressalta que o fato de o médico sempre denunciar os episódios de perseguição, registrar boletins de ocorrência e as montagens de conversas feitas pela jovem também são indicativos de que o relacionamento não existia.

O delegado destaca que, mesmo que o relacionamento tivesse ocorrido, o comportamento da artista plástica não é justificável.

Relato do médico

Em entrevista ao programa Fantástico, o médico contou que conheceu Kawara em 2018, quando ele a atendeu com um quadro de depressão. Ainda segundo o médico, as perseguições a ele e sua família começaram em 2019.

Por causa das insistentes tentativas, a artista plástica foi excluída da lista de pacientes do profissional. Com isso, ela passou a fazer ameaças e também ligar para os familiares do médico, inclusive o filho dele, de 8 anos.

Ela teria enviado fotos a ele, com lençóis e cordas amarrados no pescoço, e outras em tom de despedida. Ele e a esposa registraram 42 boletins de ocorrência por perturbação do sossego, lesão corporal, ameaça e extorsão.

O delegado destaca que as investigações apontam que a obsessão criada por Kawara foi a motivação do crime | Foto: Reprodução/Instagram
O delegado destaca que as investigações revelamque a obsessão criada por Kawara foi a motivação do crime | Foto: Reprodução/Instagram

A stalker Kawara também teria começado a segui-lo nas ruas. Em 2022, de acordo com o profissional de saúde, a jovem invadiu o seu consultório e houve um desentendimento entre ela e a esposa do médico, com agressões.

Um ano depois, também na clínica, houve mais um episódio que a jovem invadiu o espaço e teria furtado o celular da esposa do médico. A artista plástica chegou a ser presa, mas foi liberada depois de pagar fiança de R$ 3,5 mil e passou a responder ao processo em liberdade.

A prisão da stalker

Em nota, a Polícia Civil informou que cumpriu o mandado de prisão preventiva contra Kawara em 8 de maio. A ordem judicial foi expedida pelo Poder Judiciário de Ituiutaba. O delegado também informou que a polícia investiga o caso desde o início e que ela foi presa pela primeira vez, em 2021.

Nas redes sociais, a jovem se identifica como artista plástica e modelo. Nas publicações, ela compartilha fotos suas e de suas obras. Kawara acumula mais de 6,5 mil seguidores.

O que diz a defesa?

A defesa da jovem alega que os dois tinham um relacionamento. Ainda segundo os advogados que representam a artista plástica, o relacionamento teria começado quando ela era adolescente, entre seus 16 e 17 anos.

“A companheira da suposta vítima descobriu então essa situação e passou ‘coagir’ a suposta vítima”, afirmam os advogados da stalker, em nota. “Infelizmente, como dito, a senhora Kawara não teve a oportunidade de declarar tudo o que agora declara por sua defesa e fornecer documentos para que tudo fosse apurado.”

Eles ainda destacam que Kawara “nunca foi intimidada” para prestar qualquer esclarecimento sobre os fatos. “O único erro da senhora Kawara é de permanecer iludida pela suposta vítima em ter um relacionamento com a própria”, destacou a defesa.

Crime de stalking

O crime de perseguição, também conhecido como stalking, foi incluído no Código Penal em março de 2021. Isso consiste em perseguir uma pessoa reiteradamente e por qualquer meio, que pode ser o virtual, “ameaçar-lhe a integridade física ou psicológica, restringir-lhe a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadir ou perturbar sua esfera de liberdade, ou privacidade”.

Com pena prevista de seis meses a dois anos, mais multa, a norma altera o Decreto-Lei n° 2.848 do Código Penal de 1940.

Como identificar um stalker

  • O autor vigia a vítima, observa-a insistentemente;
  • Segue a vítima;
  • Ronda os locais frequentados pela vítima, como trabalho, escola, universidade e academia;
  • Contata reiteradamente a vítima de forma indesejada ou agressiva;
  • Faz ameaças ou divulga injúrias; e
  • Invade a privacidade da vítima, acessa indevidamente redes sociais, e-mails e dispositivos de mensagens.

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Via Revista Oeste

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