sábado, maio 31, 2025
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Stalin ganha estátua em metrô e vira nome de aeroporto na Rússia

Uma nova estátua de Josef Stalin foi instalada no Metrô de Moscou. A inauguração do alto-relevo na Estação Taganskaya ocorreu no dia 15 de maio, durante as comemorações do 90º aniversário do metrô da cidade. Trata-se de uma réplica um monumento instalado nos anos 1950, mas destruído em 1965, que mostra quando o ditador é saudado por trabalhadores e cercado de crianças, que lhe oferecem flores.

Segundo o jornal norte-americano The New York Times, ativistas tentaram protestar. Deixaram um cartaz com trechos de discursos em que o presidente russo, Vladimir Putin, critica Stalin. Guardas removeram a placa rapidamente. A polícia prendeu uma pessoa que participou da ação.

A imagem de Stalin, ditador sanguinário responsável por repressões em massa, reaparece agora como símbolo de uma tentativa oficial do presidente russo Vladimir Putin de reescrever o passado.

A reabilitação de Stalin ocorre em um momento em que o Kremlin reforça a narrativa de vitórias nacionais, sobretudo depois do começo da guerra contra a Ucrânia. Críticos afirmam que esse movimento ignora crimes cometidos pelo regime soviético e serve a interesses políticos atuais.

Ainda de acordo com o NYT, Putin já ergueu ao menos 108 monumentos a Stalin na Rússia. O ritmo se intensificou a partir de 2022. Em 2025, houve a instalação de uma estátua em Melitopol, cidade ucraniana sob controle russo. Mas nenhuma delas tem tanta visibilidade quanto a escultura no Metrô de Moscou.

Além disso, neste ano, o governo Putin rebatizou o Aeroporto de Volgogrado como Stalingrado, nome da cidade durante o governo de Stalin, em referência à batalha da Segunda Guerra Mundial.

A ditadura sanguinária de Stalin

Stalin governou a União Soviética de 1924 a 1953, consolidando uma ditadura marcada por repressão política, censura, expurgos e controle total do Estado sobre a sociedade. Durante seu regime, promoveu a coletivização forçada da agricultura, causou fome em massa — como a que matou milhões na Ucrânia — e liderou uma campanha de terror interno que resultou na prisão, na deportação e na execução de milhões de cidadãos soviéticos.

De 1936 e 1938, mais de 700 mil pessoas foram executadas durante o Grande Terror. Outros milhões foram deportados, presos ou morreram de fome em consequência das políticas do governo.

Putin faz revisionismo histórico para tentar apagar crueldade de Stálin
Putin faz revisionismo histórico para tentar apagar crueldade de Stalin | Foto: Reprodução/Redes sociais

Ao mesmo tempo, Stalin foi o líder da vitória soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

Durante anos, o atual governo russo manteve discurso ambíguo sobre o stalinismo. Putin já condenou publicamente os crimes cometidos e prestou homenagens às vítimas. Mas, paralelamente, desmantelou instituições que documentavam os abusos da era soviética.

Uma ordem judicial de 2021 foi responsável por dissolver o Memorial, organização fundada por dissidentes. Em 2024, o governo russo fechou o Museu de História do Gulag, sob pretexto de normas de segurança, e não o reabriu.



Via Revista Oeste

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