O foguete Falcon 9 da SpaceX — o veículo de lançamento mais prolífico do mundo — está pronto para retornar ao vôo depois de sofrer uma falha durante uma viagem de rotina no início deste mês.
A Administração Federal de Aviação, que licencia lançamentos de foguetes comerciais e avalia acidentes, disse na quinta-feira (25) que determinou que “não houve problemas de segurança pública” envolvidos quando o Falcon 9 falhou em órbita em 11 de julho, abrindo caminho para o retorno rápido do foguete aos vôos.
“Esta determinação de segurança pública significa que o veículo Falcon 9 pode retornar às operações de voo enquanto a investigação geral permanece aberta, desde que todos os outros requisitos de licença sejam atendidos”, segundo a FAA.
Em seu site, a SpaceX já revelou que colocará o Falcon 9 de volta ao trabalho já no sábado (27), lançando um lote de satélites de internet Starlink.
A aprovação para retomar os lançamentos do Falcon 9 também significa que a SpaceX está de volta ao caminho certo para retornar ao seu trabalho rotineiro, mas crucial, de lançamento de astronautas à Estação Espacial Internacional. A 10ª viagem da SpaceX – realizada em nome da NASA – está programada para acontecer em agosto.
Essa missão é chamada de Crew-9, e a NASA disse, nesta sexta-feira (26), que está a caminho de ser lançadam, mas “não antes” de 18 de agosto. “Temos acompanhado passo a passo a investigação que a FAA tem feito”, disse Steve Stich, gerente do programa de tripulação comercial da NASA. “A SpaceX tem sido muito transparente.”
Stich acrescentou que o Crew-9 será lançado após a conclusão do voo de teste inaugural tripulado da espaçonave Starliner da Boeing. Esse veículo está na ISS há semanas, o que corresponde a mais tempo do que o esperado, enquanto equipes de solo trabalham para entender problemas que afetaram a primeira etapa do seu voo.
A SpaceX também tem planos de lançar uma missão privada de astronauta que fará história, chamada Polaris Dawn, que enviará o bilionário e filantropo Jared Isaacman e três tripulantes para orbitar a bordo de um Falcon 9 para conduzir a primeira caminhada espacial por cidadãos particulares.
Essa missão estava programada para acontecer ainda este mês, mas agora está programada para o “final do verão” do Hemisfério Norte, ou agosto, disse Sarah Walker, diretora de gerenciamento de missões Dragon da SpaceX, nesta sexta-feira.
O que aconteceu com o Falcão 9
O Falcon 9, que é o menor veículo da frota de foguetes da SpaceX, é o eixo da indústria de foguetes dos EUA. Já em 2024, realizou mais de 60 missões. Nenhum outro foguete chega perto de ser tão ativo.
Um Falcon 9 lançou um grupo de satélites Starlink para fora da Califórnia em 11 de julho, pouco antes de ocorrer o acidente.
A primeira etapa da missão pareceu prosseguir sem problemas, com o Falcon 9 usando seu propulsor de primeiro estágio – a parte inferior do foguete com nove motores que fornecem a explosão inicial de potência na decolagem – para se impulsionar em direção ao espaço.
Mas o segundo estágio do foguete, que foi projetado para disparar depois que o primeiro estágio cair e levar os satélites ao seu destino final em órbita, falhou repentinamente.
A SpaceX revelou mais tarde que houve um vazamento de oxigênio naquele segundo estágio. (O oxigênio líquido ou LOX é comumente usado como oxidante ou propulsor para foguetes.) Isso levou ao que o CEO da SpaceX, Elon Musk, descreveu como um “RUD” – ou “desmontagem rápida não programada”, uma frase que a SpaceX normalmente usa para se referir a uma explosão.
Apesar do acidente, os satélites foram implantados com segurança, disse Walker. O foguete detectou um problema no motor, disse ela, e implantou os satélites. Mas foram colocados numa órbita muito mais baixa do que o pretendido, o que significa que provavelmente seriam arrastados para fora do espaço pela gravidade da Terra muito rapidamente.
A FAA, que supervisiona rotineiramente as investigações após tais acidentes, disse à CNN num email que descobriu que “todos os detritos da anomalia foi controlada e continua a não haver relatos de ferimentos públicos ou danos à propriedade pública”.
A SpaceX pediu à FAA em 15 de julho que avaliasse a ameaça à segurança pública, permitindo que a empresa voltasse ao voo mesmo que a investigação mais ampla – que visa identificar a “causa raiz” do acidente e identificar como corrigir o problema — não esteja completa.
Em uma postagem no X (o antigo Twitter), a SpaceX indicou que já entendia essa causa raiz.
Walker também explicou nesta sexta-feira, que a SpaceX determinou que o vazamento foi causado por uma rachadura em uma linha conectada a um sensor de pressão, que sofreu algum desgaste devido às vibrações do motor e ao fato de que uma braçadeira que deveria prendê-lo havia se soltado. O vazamento de oxigênio causou “resfriamento excessivo” das peças do motor, o que deixou o foguete sem combustível suficiente para queimar adequadamente, disse Walker.
Walker disse que o problema não teria ocorrido em uma missão da SpaceX transportando astronautas da NASA porque essas missões têm um perfil de voo diferente. Mas a SpaceX não planeja “assumir que o problema é isolado”, Walker acrescentou, observando que é por isso que a SpaceX ainda auditou todo o sistema.
A empresa citou o extenso histórico de voo do foguete como uma das razões pelas quais a empresa é “capaz de reunir níveis sem precedentes de dados de voo e está pronta para retornar rapidamente ao voo”.
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Este conteúdo foi criado originalmente em Internacional.
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