terça-feira, novembro 26, 2024
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SpaceX acerta contrato inédito com a NASA

Nesta segunda-feira (26), NASA e SpaceX acertaram contrato inédito para a empresa espacial de Elon Musk, no valor de US$ 256,6 milhões (R$ 1,49 bilhão, na conversão direta).

Conforme informações do ArsTechnica, o contrato prevê serviços de lançamentos e custos para o lançamento do helicóptero Dragonfly, que vai explorar Titã, maior lua de Saturno.

A Dragonfly tem como fonte de energia um gerador termoelétrico de radioisótopos (RTG). Ele gera energia a partir do calor emitido pela decomposição radioativa do plutônio-238. Portanto, será a primeira vez que a SpaceX levará materiais nucleares ao Espaço.

Conchas de impacto de grafite contendo plutônio-238 brilhando em vermelho vivo (Imagem: NASA)

SpaceX levará materiais nucleares ao Espaço

  • Essa será a primeira missão da SpaceX cuja fonte de energia é nuclear e não solar;
  • Os geradores alimentados por plutônio já estiveram presentes em várias missões anteriores da NASA, como na Perseverance, Curiosity, New Horizons e Voyager;
  • Só que todas essas missões foram realizadas com foguetes aposentados ou próximos disso. Por isso, é hora da NASA certificar nova geração de foguetes para lançar cargas úteis movidas a energia nuclear;
  • A agência espacial estadunidense já certificou o foguete da SpaceX, o Falcon Heavy, para missões robóticas mais caras. Contudo, para lançamento de materiais nucleares, é exigida uma certificação adicional necessária.

Nessa certificação, consta uma revisão do sistema de segurança do alcance de autodestruição explosiva do foguete, de modo a garantir que ele não danifique sua carga útil e libere plutônio radioativo.

Política de energia solar sempre (que possível)

A NASA tem uma política de sempre utilizar energia solar para alimentar suas missões espaciais – ao menos, sempre que dá. A Europa Clipper, por exemplo, originalmente, iria utilizar um gerador de energia nuclear, mas a equipe de engenheiros da missão conseguiram fazer com que a espaçonave usasse painéis solares expansivos para receber energia solar e gerar energia a partir disso.

Só que há missões, como a Dragonfly, em que isso não é possível. A missão da SpaceX planará pela atmosfera de Titã, composta de nitrogênio e metano. Além disso, ela está envolta em densas nuvens e está quase dez vezes mais distante do Sol do que a Terra, o que deixa sua superfície bem mais escura.

A espaçonave da SpaceX será lançada com cerca de 4,8 kg de plutônio-238 para abastecer o gerador de energia dela. Esse material nuclear tem meia-vida de 88 anos, podendo alimentar a Dragonfly com segurança por décadas.

A Dragonfly será lançada encapsulada em um módulo de trânsito e uma cápsula de entrada. A seguir, descerá de paraquedas na atmosfera de Titã, quatro vezes mais densa que a Terra. Então, ela vai se separar do módulo de descida e ativar seus oito rotores para pousar com segurança na superfície da lua.

Quando estiver por lá, a espaçonave vai saltar de um lugar para outro a partir de vários voos, visando explorar ambientes ricos em moléculas orgânicas, chamadas de blocos de construção da vida.

Mas tudo isso ainda demorará um pouco, pois a missão está programada para ser lançada em julho de 2028, com a Dragonfly levando seis anos para chegar a Titã, portanto, apenas em 2034 – daqui a dez anos.

Ilustração da missão Dragonfly em Titã (Crédito: NASA/Johns Hopkins APL/Steve Gribben)
Ilustração da missão Dragonfly em Titã (Imagem: NASA/Johns Hopkins APL/Steve Gribben)

Só que este prazo era menor. A NASA selecionou a SpaceX para o projeto em 2019 e queria lançá-la em 2026. Depois a agência espacial pediu que ela fosse adiada para 2027 e, então, 2028, para que a SpaceX trabalhasse em foguete de grande porte.

E não só isso: a Dragonfly passou por problemas financeiros por conta da elevação de seu custo, tudo por conta da pandemia de Covid-19, iniciada no começo de 2020 e que durou até meados de 2022.

Dessa forma, o custo total da missão já passou para mais que o dobro do valor original, chegando ao montante de US$ 3,35 bilhões (R$ 19,46 bilhões).

Via Olhar Digital

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