Por meio de suas redes sociais, o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) afirmou que soube das acusações presentes no inquérito da Polícia Federal (PF), que estava em sigilo, por meio da imprensa. A agência realizou uma operação de busca e apreensão contra o parlamentar na manhã desta sexta-feira, 25.
De acordo com a Polícia Federal, a Operação Discalculia tenta “desarticular associação criminosa voltada para desvio de recursos públicos [cota parlamentar], além de falsificação de documentos para criação de uma Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip)”.
Pronto! Agora sim tive acesso as infromações sobre abusca a apreensão contra mim. pic.twitter.com/8UX9cBlwKk
— Gustavo Gayer (@GayerGus) October 25, 2024
A intenção seria alinhar uma Oscip para as conformidades exigidas pelo Estado para receber verbas da Câmara dos Deputados. Para isso, o grupo teria falsificado documentos — ação que permitiu a identificação da PF.
A Polícia Federal conseguiu interceptar a intenção porque, conforme a corporação, identificou falsificação na Ata de Assembleia da constituição da Oscip, consistente em data retroativa ao ano de 2003. No entanto, o quadro social à época seria formado por crianças de 1 a 9 anos.
Gayer se defende de acusações
No vídeo, Gayer conta que considerou enviar verbas ao conselho atual da Oscip para apoiar associações de direita, mas a transação não aconteceu. Ele também explicou que sua escola, citada pela PF como possível meio de desvio de verba pública, opera online desde a pandemia de Covid-19.
Sobre a loja de e-commerce Desfaz o L, o deputado disse que o empreendimento, criado no início de 2023, não teve um bom volume de vendas e não está mais em operação. “Essa loja não tinha nem endereço físico”, relatou.
Segundo o parlamentar, o estoque da loja estava no endereço de um ex-colaborador de Gayer, preso por envolvimento nos atos de 8 de janeiro. A PF também afirma que o deputado “financiou” os atos, apesar de ele só ter assumido o mandato em 1º de fevereiro de 2023. Esse colaborador trabalhou com Gayer entre março e abril daquele ano.
“Estão dizendo que eu financiei o 8 de janeiro depois do 8 de janeiro ter acontecido”, disse Gayer, no vídeo. “É algo tão surreal, tão alucinado, que pensei que não falariam nada sobre isso.”
Sobre os R$ 72 mil apreendidos pela Polícia Federal, Gayer afirmou que o dinheiro pertence à mãe de seu assessor. Ele explicou que a mulher aluga imóveis comerciais e guarda o dinheiro em casa por não confiar em bancos.
“Meu assessor se separou recentemente, foi morar com a mãe […] O dinheiro que encontraram é o dinheiro suado de uma senhora de 73 anos. Ela recebe os aluguéis e deixa na casa dela”, afirmou.
O parlamentar ainda disse que irá apresentar documentos para confirmar a veracidade de seus relatos.
Deputado acredita em tentativa de interferência nas eleições
No vídeo, o deputado federal ainda relatou que a Polícia Federal fez perguntas sobre a “satisfação” dos investigados com o STF e o ministro Alexandre de Moraes. “Perguntaram se sentem raiva do Moraes, se postaram algo contra o STF… Tudo muito estranho”, acrescentou.
Para Gayer, a motivação da ação seria desestabilizar seu candidato em Goiânia, Fred Rodrigues (PL), no segundo turno das eleições municipais.
Em outra publicação, o parlamentar afirmou que está triste e desmotivado, ao ver que a instituição em que acreditou, a PF, se tornou submissa a Alexandre de Moraes. Ele chamou Moraes de ditador. O ministro do STF assinou a petição que ordenou as buscas.
“Dois dias antes da eleição de segundo turno do qual meu grupo e candidato participa em Goiania, acordo às 6h da manhã com minha porta sendo esmurrada pela Policia Federal”, afirmou Gayer, em um vídeo publicado no Instagram. “Numa sexta-feira, sendo que a eleição é no domingo, claramente tentando prejudicar meu candidato, Fred Rodrigues (PL), aqui em Goiânia.”