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A Sorveteria Glidah, localizada no bairro Santa Cecília, em São Paulo, enfrenta uma onda de ataques antissemitas no Instagram. Segundo o proprietário, Ronny Trojbicz, as hostilidades começaram depois da inauguração, em dezembro do ano passado. Ele concedeu entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, nesta segunda-feira, 22.
Antes, Ronny costumava apagar os comentários, mas agora resolveu mantê-los. Ele destaca que o chamarem de genocida é o mais doloroso.
“Quem escreve esse tipo de coisa tem que ficar exposto”, afirma Ronny. “Acho que isso fere qualquer judeu.”
Na semana passada, a situação ganhou destaque depois de a influenciadora Marina Muller divulgar o caso. A ação resultou em centenas de comentários de apoio. “Isso já vinha acontecendo: alguém fazia uma postagem de ódio e os clientes respondiam, mas, no fim de semana, depois de o vídeo viralizar, aumentou bastante”, explicou Ronny.
Comentários antissemitas
Um comentário com a frase “Heil Hitler“, em hebraico, gerou revolta. O usuário fez alusão ao ex-chanceler alemão Adolf Hitler, responsável pela morte de milhões de judeus. A postagem incentivou o ator Luciano Szafir a desafiar o usuário a repetir a ofensa pessoalmente. “Apesar dos muitos comentários on-line, nunca houve nada assim na sorveteria”, disse Ronny. “Nunca fui xingado pessoalmente.”
Ronny também menciona que há um boicote a estabelecimentos judaicos. “Sei de gente que chama amigo para ir a um restaurante judaico, e a pessoa diz que não vai justamente por ser de um judeu”, contou. “Os judeus no Brasil não têm nada a ver diretamente com o que acontece em Gaza e em Israel.”