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Nesta quarta-feira (8), a Administração Espacial Nacional da China (CNSA) anunciou que a sonda Chang’e-6 entrou com sucesso em órbita circumlunar depois de realizar um procedimento de frenagem perto da Lua.
A espaçonave foi lançada na última sexta-feira (3), às 6h27 da manhã, pelo horário de Brasília (17h27, no horário local de Pequim), no topo de um foguete Long March 5 a partir de Wenchang, na província de Hainan, para pousar no lado oculto da Lua.
Sobre a missão Chang’e 6:
- Pesando 8,2 toneladas, a espaçonave Chang’e 6 carrega quatro componentes: um orbitador, um módulo de pouso, um ascendente e um módulo de reentrada;
- Tudo isso com o objetivo de coletar amostras lunares do lado oculto da Lua, região praticamente inexplorada do satélite;
- Este é um feito que nenhum país do mundo já realizou;
- Se tudo correr como planejado, as amostras serão colocadas no veículo ascendente para serem transportadas da superfície para a órbita lunar;
- Em seguida, haverá a transferência para o módulo de reentrada, que conduzirá os itens para a Terra.
Os países que já trouxeram amostras lunares para casa foram os EUA, a antiga União Soviética e a própria China, que foi a nação mais recente a fazer isso, com a missão Chang’e 5 em 2020. Todo esse material, no entanto, foi coletado no lado permanentemente visível da Lua.
Cerca de 37 minutos após a decolagem, a espaçonave Chang’e-6 se separou do foguete e entrou em sua órbita planejada de transferência Terra-Lua, que tinha uma altitude de perigeu de 200 quilômetros e uma altitude de apogeu de cerca de 380 mil km, de acordo com a Administração Espacial Nacional da China (CNSA).
Segundo a entidade, o lançamento foi um sucesso completo. “Coletar e entregar à Terra amostras do lado oculto da Lua é um feito sem precedentes. Agora sabemos muito pouco sobre o lado oculto da Lua. Se a missão Chang’e-6 conseguir atingir seu objetivo, fornecerá aos cientistas a primeira evidência direta para entender o ambiente e a composição material do lado oculto da Lua, o que é de grande importância”, disse Wu Weiren, cientista da Academia Chinesa de Engenharia e projetista-chefe do programa de exploração lunar da China.
O próximo passo é um pouso suave no lado distante. Dentro de 48 horas depois, um braço robótico será estendido para colher rochas e solo da superfície lunar, e uma broca perfurará a superfície. O trabalho de detecção científica será realizado simultaneamente.
As amostras serão seladas em um recipiente e recolhidas pelo veículo ascendente, que vai decolar da Lua e se acoplar ao orbitador na órbita lunar, que então trará as amostras para a Terra, pousando na Região Autônoma da Mongólia Interior, no norte da China. Toda a missão deve durar cerca de 53 dias, segundo a CNSA.
China lançou um robô secreto ao outro lado da Lua
Ao que tudo indica, um quinto elemento surpresa também está a bordo da missão. Observadores atentos perceberam a presença de um rover amarrado na lateral do módulo de pouso que está programado para descer à superfície da Lua no próximo mês. De acordo com o site Live Science, o propósito do equipamento permanece desconhecido.
Após a Academia de Tecnologia Espacial da China (CAST) divulgar novas fotos do módulo de pouso, foi possível notar um pequeno objeto cinza com rodas amarradas na lateral.
Embora não tenha sido revelado qualquer informação sobre o rover, uma declaração traduzida subsequente do Instituto de Cerâmica de Xangai, que forneceu vários componentes para a missão Chang’e 6, revelou que ele tem um espectrômetro de imagem infravermelha. Saiba mais aqui.