A Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes) assinou, nesta segunda-feira, 27, a proposta de reajuste salarial oferecida pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva.
A assinatura ocorreu sem a participação do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), que não aceitou os termos propostos.
O acordo foi firmado depois de 54 dias de greve e cinco rodadas de negociações, com aumento de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. Servidores pediam reajuste de 7,06% em 2024, 9% em 2025 e 5,16% em 2026. Na última semana, o Ministério da Gestão informou que não aceitaria mais contrapropostas, causando divergências entre os sindicatos.
Greve pode continuar, e aliados tentam blindar Lula
Agora, o Andes busca manter a greve, acreditando que a postura do governo fortaleceu o movimento. Durante o fim de semana, Lula enfrentou protestos de professores e estudantes. Na quinta-feira, 23, Lula afirmou: “eles [servidores] pedem quanto eles querem, a gente [governo] dá quanto a gente pode”.
Para o Andes, é o momento de exigir a recomposição do orçamento das universidades federais, que tem diminuído nos últimos anos. A Unifesp e a UFRJ, por exemplo, já afirmaram estar em situação financeira crítica.
A Unifesp declarou ter recursos para operar apenas até setembro, enquanto a UFRJ se considera em estado de calamidade financeira. Em meio à crise, aliados de Lula buscam protegê-lo. Os deputados petistas Zeca Dirceu (PR) e Natália Bonavides (RN) culparam gestões passadas pelos problemas na educação.