Um sinal misterioso vindo do espaço profundo foi captado fazendo algo que nunca vimos antes. Em meio à emissão de rápido sinal de rádio repetitivo, os cientistas detectaram queda na frequência central dos sinais ao longo do tempo – queda essa que soa, segundo eles, como assobio cósmico quando desacelerado e tocado em um xilofone.
Ainda não está claro o que essa queda única de frequência significa, além do fato de que as explosões rápidas de rádio continuam sendo estranhas e difíceis de explicar. Essas explosões rápidas de rádio, ou FRBs, são muito estranhas, mas também muito interessantes.
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FRBs
- Como o nome sugere, as FRBs são rajadas de emissão de rádio extremamente rápidas, sendo que cada explosão dura apenas alguns microssegundos a segundos;
- Elas são muito poderosas, liberando em tão pouco tempo tanta energia quanto 500 milhões de sóis;
- E são um pouco difíceis de captar: a maioria das FRBs só foi observada uma vez, um estranho pico imprevisível nos dados de pesquisa de rádio;
- No entanto, um punhado de fontes de FRB faz algo um pouco diferente: elas brilham repetidamente, uma estranha saraivada de sinais que às vezes segue um padrão e às vezes não;
- Essas fontes repetitivas são oportunidade para rastrear a origem de uma FRB com alta precisão, mas, também, para planejar e estudar detalhadamente os sinais de uma única fonte.
A análise dos sinais
Conforme o Science Alert, a equipe de cientistas analisou 541 horas de dados de observação do Allen Telescope Array e extraiu um total de 35 explosões, com duração média de 1,2 milissegundos. Eles alongaram esses sinais e estudaram como a emissão da fonte muda ao longo do tempo.
Algumas características das explosões de FRB 20220912A eram comuns a outras FRBs, como uma queda na frequência, uma relação entre a largura de banda do sinal e a frequência central, e mudanças na duração das explosões ao longo do tempo.
Durante os dois meses em que as explosões ocorreram, os pesquisadores também observaram uma queda na frequência central das explosões. Ainda não sabemos por que essa queda ocorre, mas pode ser uma informação que ajuda os cientistas a descobrir a origem das FRBs.
Essas descobertas destacam a importância de instrumentos, como o Allen Telescope Array (ATA), que tem a capacidade de registrar ampla faixa de largura de banda enquanto estuda o céu. Isso revela comportamentos que podem não ser captados por instrumentos com foco mais estreito.
Sobre o estudo, a equipe concluiu dizendo que a descoberta fornece ponto de referência para futuras observações e destaca a importância de fazer mais observações da fonte, em particular, em frequências mais altas com instrumentos, como o ATA, para diferenciar entre as várias classes de modelos de geração de FRBs.
O artigo da equipe, que detalha o estudo, foi aceito para publicação na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society e está disponível no servidor de pré-impressão arXiv.