O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) encaminhou uma denúncia à Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCSP) de “possível conduta de importunação sexual” por parte do ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. As supostas vítimas seriam estudantes universitárias.
“Chegou a conhecimento deste que subscreve denúncia que o então ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, quando na qualidade de educador na Universidade São Judas em São Paulo, praticava importunação sexual em face de suas alunas utilizando-se da qualidade de professor para constranger com condutas abusivas e inadequadas”, relatou Bilynskyj, em ofício encaminhado à PCSP nesta sexta-feira, 6.
Segundo o parlamentar, os supostos abusos por parte de Almeida teriam ocorrido de 2013 a 2018. Bilynskyj disse que a “ausência de representação à época dos fatos aconteceu em razão do receio e medo de represálias” das estudantes.
O deputado expôs em ofício declarações sobre “as condutas constrangedoras e intimidadoras durante a aula” do ex-ministro de Lula:
“Ele mal dava aula, em vez de ensinar filosofia ele só falava sobre sexo e ficava constrangendo as alunas com abraços e beijos desnecessários, assediava algumas.”
Bilynskyj também destacou que “as possíveis vítimas se sentiram moralmente e psicologicamente abaladas diante da vulnerabilidade que a condição hierárquica do professor as ocasionava”.
A reportagem de Oeste procurou a assessoria de imprensa da Universidade São Judas Tadeu e do ex-ministro. Até a publicação, não obteve retorno. O espaço segue aberto.
Silvio Almeida teria tentado “troca de favores”
Ainda de acordo com ofício encaminhado à PCSP, Paulo Bilynskyj afirma que Silvio Almeida teria utilizado seu cargo como docente na universidade para “tentativas de trocas de favores sexuais” com as alunas.
“Ainda relatos que na qualidade de educador, fazia tentativas de trocas de favores sexuais para que as alunas tivessem vantagem nas notas das avaliações propostas por ele”, disse o deputado federal.
O parlamentar sinalizou que “diante da notícia de possíveis condutas inapropriadas e constrangedoras de natureza sexual praticadas” pelo ex-ministro “enquanto estava em uma relação de subordinação com suas alunas, condutas tipificadas como crime”, não há como “omitir e deixar de dar andamento aos procedimentos necessários para elucidação dos fatos”.
Alvo de denúncias de assédio moral e sexual na Esplanada dos Ministérios, Silvio Almeida perdeu o emprego. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva o demitiu no fim da tarde desta sexta-feira.