Ser jornalista no Brasil já foi motivo de orgulho, hoje nem tanto. São poucos os que se deslumbram ao ingressar na redação de um grande veículo de comunicação. A razão desse desencanto salta aos olhos até mesmo do observador menos atento. É que em passado não muito distante, a grande mídia cumpria com um certo zelo a sua função social de formar e informar com relativa independência os seus telespectadores e leitores. Hoje, as grandes corporações de mídia só se preocupam com o faturamento, deixando escancarado o seu caráter mercenário.
No passado, cada redação era uma escola de bom jornalismo. Na atualidade se transformaram em balcões de negócios, com raríssimas e honrosas exceções. Por conta disso, a profissão de jornalista perdeu o charme e a credibilidade. No passado nomes como Barbosa Lima Sobrinho, Hélio Fernandes, Carlos Castelo Branco, Leda Nagle, Ricardo Boechat, se destacaram no exercício da profissão pela competência, honestidade e coragem.
Ainda no batente, temos os veteranos Augusto Nunes e R. Guzzo, egressos de Veja, hoje atuando no jornalismo digital na Revista Oeste o primeiro e o segundo, na Gazeta do Povo. Jornalistas com J maiúsculo, que ganharam a simpatia e o respeito dos brasileiros. O interessante é que boa parte dos grandes nomes da imprensa nacional não tem formação superior em jornalismo. Isso, no entanto, não quer dizer que não seja importante a formação acadêmica.
Lamentavelmente, nas universidades públicas, dominadas pela esquerda, percebe-se que o ensino de de jornalismo é mais voltado para a formação de militantes políticos, sendo raros os nomes que se destacam no exercício da profissão. Ética, sem dúvida, é a disciplina mais negligenciada nesses cursos orientados para o ativismo político de esquerda. Daí, indiscutivelmente, a péssima qualidade da produção jornalística no Brasil.
Diante do indiscutível alinhamento da grande mídia ao governo populista de esquerda, liderado pelo PT, muitos jornalistas foram demitidos e migraram para a Grande Rede, criando blogs ou canais no youtube ou atuando em empresas digitais como a Jovem Pan, Gazeta do Povo e outras, que atraem milhões de seguidores. Essa concorrência tem assustado as grandes empresas de mídia impressa ou televisionada que fazem pressão sobre o Congresso e o STF no sentido de que seja votada um projeto de regulamentação das redes sociais que, na verdade, não passa de um projeto de censura.
A perseguição aos comunicadores que atuam na internet chega às raias do absurdo. Alguns foram processados e presos, outros tiveram seus canais desmonetizados, muitos foram censurados. Por último, o ministro da Justiça, Flávio Dino, encaminhou ao Congresso Nacional um projeto de lei regulamentando as redes sociais e ameaçou “regulamentá-las na marra” se o Legislativo não o fizesse.
E tudo isso acontece sob os aplausos de entidades como a ABI e a Fenaj, que representam os jornalistas brasileiros e o silêncio obsequioso de outras como a OAB. Uma vergonha!