sexta-feira, novembro 22, 2024
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Seu carro pode usar tecnologia da Fórmula 1 sem você saber

Carros de Fórmula 1 podem parecer algo distante do cotidiano, mas muitas das tecnologias que hoje parecem corriqueiras em modelos “comuns” nasceram nas pistas de corrida. Por exemplo, aumentar o volume do rádio e checar a calibragem do pneu ao mesmo tempo, tudo em um único painel, foi uma inovação importada da modalidade competitiva.

Por mais que o exemplo pareça cotidiano, exportar essas ideias para os carros de passeio e esportivos não é tão simples assim.

Carros comuns vs. Fórmula 1

Já parou para pensar no espelho retrovisor do seu carro? Provavelmente não, já que eles são apetrechos comuns, que não chamam muita atenção e estão ali pela segurança da condução. No entanto, como lembra o The Washington Post, o primeiro retrovisor parafusado apareceu pela primeira vez no carro Marmon Wasp, dirigido pelo piloto Ray Harroun, vencedor da corrida Indianapolis 500 em 1911.

Segundo Jochen Hermann, chefe de tecnologia na Mercedes-AMG, ao jornal, as corridas são sobre achar a solução técnica mais sofisticada possível, tecnologias que inicialmente não foram feitas para carros “comuns”.

Transpor essas inovações para os veículos do dia a dia não é algo tão fácil por um motivo simples. Enquanto os carros comuns são feitos para durarem muito tempo, serem dirigidos por qualquer tipo de motorista e serem confortáveis o suficiente para cumprir sua função, os modelos de Fórmula 1 têm um único objetivo: andar rápido.

Ou seja, você provavelmente nunca vai ver um bolso especial para laptop em um carro de corrida, mas espera que seu veículo para dirigir até o trabalho tenha algo deste tipo.

Além disso, os modelos de Fórmula 1 foram feitos para serem levados até o extremo e, por isso, não duram muito tempo. Sem contar que você provavelmente não quer dirigir um carro tão barulhento como o carro de corrida.

Marmon Wasp, vencedor da corrida de Indianapolis (Imagem: Bruce Alan Bennett/Shutterstock)

Tecnologias que foram da F1 para os carros do dia a dia

O turbo foi uma delas. Na verdade, a tecnologia surgiu na indústria aeroespacial e só depois foi parar na Fórmula 1. Hoje, recursos semelhantes existem nos carros de passeio.

Veja outras:

  • A tecnologia de troca de marchas é outra importada da F1. Ela funciona em carros com câmbio automático ou semiautomático e permite que os motoristas mudem de marcha de forma manual;
  • A inovação foi importante para a Ferrari nos anos 70 e ajudou a economizar tempo dos motoristas na hora de trocar a marcha, já que fica logo atrás do volante;
  • O motorista Nigel Mansell venceu o Grand Prix do Brasil com um F1-89 com a primeira versão dessa tecnologia. Dez anos depois, o Ferrari F355 F1 Berlinetta estava sendo vendido com ela;
  • A fibra de carbono é outro exemplo. Em 1981, a McLaren usou o primeiro carro com cápsula de fibra de carbono, um material forte, mas leve, que substitui o aço em diversos casos. A indústria aeroespacial já usava o material há algum tempo;
  • Na década seguinte, carros comuns já estavam sendo vendidos com fibra de carbono em sua composição, a exemplo dos veículos da McLaren. Vale lembrar que, como o material é caro, os modelos não costumam ser acessíveis e é mais comum encontrá-lo em carros de luxo.
Range Rover Sport híbrido
(Imagem: Divulgação/Land Rover)

Carros híbridos

Os motores híbridos, que já se popularizaram no mundo e estão chegando ao Brasil, também vieram da Fórmula 1. Inicialmente, eles foram usados para aumentar a eficiência ao unir gasolina e eletricidade.

Hoje, os carros híbridos não são exatamente baratos, mas estão se tornaram opções atrativas. Já é possível adquirir modelos da Audi, BMW, Honda, Land Rover, Hyundai, Jeep e outras marcas que produzem sedãs, hatchs e SUVs, e vemos nas ruas todos os dias.

Via Olhar Digital

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