Servidores do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) anunciaram, no primeiro dia de 2024, uma paralisação como forma de pressionar o governo por reajuste salarial.
Em carta intitulada “Suspensão das atividades de campo e concentração em tarefas burocráticas internas”, os funcionários afirmam que decidiram adotar a chamada operação padrão por não terem tido respostas do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos sobre a reestruturação das carreiras do órgão ligado à pasta do Meio Ambiente.
A CNN apurou que uma assembleia está prevista para a próxima terça-feira (9) para discutir a paralisação.
Procurado, o ministério comandado por Esther Dweck afirmou em nota que reinstalou uma mesa permanente de negociação com os servidores públicos e que o primeiro acordo fechado é de reajuste de 9% para todos os servidores, inclusive os do Ibama.
A decisão sobre a greve, diz o documento dos servidores, “é uma resposta direta à falta de ação e suporte efetivo aos servidores e às missões críticas que desempenhamos”.
De acordo com o texto, todas as atividades do Ibama que dependem de ações externas de campo, como “operações de fiscalização ambiental na Amazônia e em terras indígenas, como a Yanomami”, além de “preservação e combate a incêndios florestais” e “atendimento às emergências ambientais”, podem “ser prejudicadas até a retomada nas negociações com o Ministério da Gestão e Inovação”.
A “suspensão de atividades externas certamente terá impactos significativos na preservação do meio ambiente e atribuímos isso aos dez anos de total abandono da carreira do serviço público que mais sofreu assédio e perseguição ao longo do governo anterior e que ainda não foi devidamente acolhida e valorizada pelo atual”, diz a carta.
O Ministério da Gestão também afirma, em nota, que, no segundo semestre de 2023, abriu 21 negociações com algumas carreiras e que sete acordos já foram fechados.
“A recomposição da força de trabalho na Administração Pública Federal, para recuperar a capacidade de atuação do governo para a execução de políticas públicas, é pauta prioritária do Ministério da Gestão, que vem atuando dentro do possível e dos limites orçamentários para atender às demandas dos órgãos e entidades do Executivo Federal”, diz a pasta.
Procurado, o Ibama ainda não se manifestou.
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