O Serviço Secreto dos Estados Unidos admitiu, na sexta-feira 20, uma série de falhas de segurança ao revisar sua atuação em um comício do ex-presidente Donald Trump, em 13 de julho, que acabou com uma tentativa de assassinato contra o republicano.
Um relatório, elaborado pelo próprio Serviço Secreto, é o primeiro sobre o ataque. Na ocasião, Trump participava de um comício na cidade de Butler, na Pensilvânia, quando foi alvo de um tiro, que acertou de raspão sua orelha direita.
A análise interna constatou que os agentes não usaram a tecnologia que poderia ter detectado o agressor quando ele sobrevoou o local do comício com um drone, antes do ataque. A equipe de proteção de Trump também não tinha ideia de que a polícia estava procurando freneticamente por uma pessoa suspeita, até que os tiros foram disparados contra a multidão.
O atirador, Thomas Matthew Crooks, abriu fogo de um terraço próximo do palanque. O Serviço Secreto, principal agência encarregada da segurança de presidentes, ex-líderes e outras autoridades de alto escalão dos EUA, nunca orientou a polícia local a vigiar um telhado próximo, embora os atiradores estivessem dispostos a fazê-lo.
A diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, admitiu que se tratou do “maior fracasso operacional em décadas”. Ela renunciou ao cargo dias depois do atentado.
Mais um atentado contra Trump
Em 15 de setembro, menos de dois meses depois do atentado contra Trump, houve outra tentativa de assassinato do republicano.
As análises policiais estão abertas desde disparos de tiros no campo de golfe do candidato, que resultaram na detenção de um homem pela polícia local. Ele estava em posse de arma de fogo, em uma distância de cerca de 400 metros de Trump. O Escritório Federal de Investigação (FBI) investiga o incidente, que ocorreu em West Palm Beach, na Flórida, o qual “parece ser uma tentativa de assassinato contra o ex-presidente”.
A ficha corrida do suspeito
Suspeito de tentar assassinar Trump, Ryan Routh teve mais de cem “passagens” pela polícia de 1980 a 2010. No caso mais recente, autoridades prenderam o criminoso, de 58 anos, por dois crimes que envolvem arma de fogo.
O termo “passagem” foi utilizado porque o sistema brasileiro é diferente do norte-americano. No caso de Ryan Routh, a polícia precisou ser chamada mais de cem vezes para atender a ocorrências em que o suspeito de tentar assassinar Trump foi acusado de cometer algum crime ou infração.
Scott Duffey, ex-agente do FBI, afirmou ao programa Fox News Digital que Routh tem um “claro problema mental”. Segundo ele, esse desequilíbrio teria o motivado a atentar contra a vida do republicano.
Dentre os casos que o suspeito se envolveu nas últimas décadas destacam-se emissão de cheques sem fundo e porte ilegal de arma.
Além destes, também está ligado a ocorrências de veículos roubados e múltiplas acusações de posse de arma de destruição em massa, em 2002. Na ocasião, um explosivo binário com um cabo de detonação e uma cápsula detonadora estavam sob sua tutela.
O ex-agente Duffey afirmou que os atritos de Routh com a polícia, somados à personalidade que ele apresentava nas redes sociais, revelavam que ele estava “constantemente tentando cutucar alguém para ver qual seria a resposta”.
“Não é apenas um longo registro de prisão criminal, mas por várias décadas”, afirmou Duffey. “Você tem essa escalada de atos violentos e outros contatos com a polícia, como dirigir sem carteira. Esses não são atos violentos, mas são contatos constantes com a polícia.” Isso me diz que, nas últimas décadas, o que quer que estivesse passando pela cabeça dele, ele queria estar em contato com a polícia.”
Revista Oeste, com informações da Agência Estado