quarta-feira, janeiro 22, 2025
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Sérgio Cabral influencer revolta Transparência Internacional

Desde que deixou a cadeia, em 2022, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral assumiu uma nova faceta nas redes sociais: a de influenciador digital. Com quase 50 mil seguidores, ele mescla vídeos na academia com dicas de livros e seriados, assim como fotos de sua antiga vida política. 

No último fim de semana, Cabral incrementou o próprio mural de vídeos com recomendações de filmes. Dentro de uma piscina com vista para o Pão de Açúcar, cartão postal do Rio, e usando óculos de sol, o ex-governador indicou Blade Runner (1982), Cinema Paradiso (1988) e Eles Não Usam Black Tie (1981). 

“Me emocionaram muito ao longo da minha vida”, disse ele. 

A Transparência Internacional não achou graça na postura descontraída de Cabral. O ex-governador “ri na cara da Justiça e do povo brasileiro” ao ostentar “o que o Estado não foi capaz de recuperar do que roubou”, comentou a ONG em publicação no Twitter/X.

Cabral é um dos maiores corruptos da história do país, de acordo com a instituição. Os crimes dele “causaram mortes, imenso sofrimento humano e pobreza”. A performance do ex-governador nas redes sociais se tornará “um símbolo da impunidade brasileira para o mundo”, disse também a Transparência Internacional.

O juiz Marcelo Bretas, responsável pela maioria das condenações de Sérgio Cabral, concordou com as declarações da ONG. “Pois é”, comentou ele na publicação da entidade.

O histórico de Sérgio Cabral na Justiça

Condenado em 23 processos por corrupção, Cabral ficou seis anos preso preventivamente, enquanto respondia a 37 ações penais — 35 delas relacionadas à Lava Jato. O ex-governador permanece com um passivo de 33 processos criminais.

Somadas, as penas de Cabral chegaram a ultrapassar 400 anos de prisão. Entretanto, o total caiu para 274 diante da anulação de sentenças e mudanças na dosimetria.

O ex-governador é acusado de ter cobrado 5% de propina sobre os grandes contratos de sua gestão. As investigações apontaram contas com cerca de R$ 300 milhões no exterior, em nome de laranjas, além de joias e pedras preciosas usadas para lavagem de dinheiro.

Inicialmente, Cabral negava as acusações. Dois anos depois da prisão, decidiu confessar os crimes. No fim de 2019, fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, que foi anulado pelo STF em maio de 2021. Ao sair da cadeia, voltou a negar as denúncias.

Em 2023, ele disse em entrevista que gostaria de se candidatar a deputado federal em 2026. No entanto, Cabral permanece até hoje enquadrado na Lei da Ficha Limpa.



Via Revista Oeste

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