A sentença do ex-presidente Donald Trump por fraude relacionada ao pagamento para silenciar a atriz Stormy Daniels teve sua audiência adiada mais uma vez pela Justiça dos Estados Unidos, informa a Reuters. Agora, a sessão ocorrerá somente em 26 de novembro, depois das eleições dos EUA, no dia 5 de novembro.
O ex-presidente foi condenado em maio por fraude em um dos quatro processos que enfrenta. A sentença, originalmente prevista para julho e depois adiada para setembro, foi postergada pelo juiz Juan Merchan.
A justificativa foi a de evitar qualquer percepção de que o caso poderia influenciar as eleições presidenciais. “O Tribunal é uma instituição justa, imparcial e apolítica”, afirmou o juiz.
O caso envolve uma acusação de que Trump usou fundos de campanha para pagar US$ 130 mil a Stormy Daniels, em 2016, durante a corrida presidencial. A Promotoria argumenta que o pagamento foi feito por meio de um intermediário para evitar que Daniels revelasse um caso extraconjugal com Trump.
Durante o processo, diz a Reuters, Daniels confirmou o “encontro amoroso” com Trump. Já o ex-advogado de Trump, Michael Cohen, testemunhou que o então candidato ordenou pessoalmente o pagamento. “Ele me disse: ‘Isso é um desastre, um desastre completo. As mulheres vão me odiar. Os caras acham legal, mas isso vai ser desastroso para a campanha’”, relatou Cohen.
Depoimento de Michael Cohen
O dinheiro desembolsado, de acordo com a acusação, foi registrado como honorários advocatícios para Cohen, que, segundo a mesma, eram na verdade despesas de campanha. Cohen também revelou que Trump, ao ser informado sobre uma tentativa de venda da história de um caso com a ex-modelo Karen McDougal, disse: “Certifique-se de que isso não será publicado”.
Cohen, que trabalhou quase uma década para Trump, declarou que sua principal função era resolver problemas para o ex-presidente. Em vez de atuar como advogado corporativo, ele era diretamente subordinado a Trump. Outra atribuição era a de ameaçar pessoas com processos e plantar histórias favoráveis na mídia.
Apesar da condenação, Trump afirma ser inocente e alega que o processo é uma perseguição política. Cohen, que antes era um aliado próximo, agora é a principal testemunha da promotoria. Ele relatou que seu trabalho incluía fazer qualquer coisa para agradar Trump, inclusive barrar histórias prejudiciais à campanha.