O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) disse, nesta quarta-feira, 26, que vai marcar um encontro com uma delegada da Polícia Federal (PF) para pedir celeridade na elaboração de um parecer sobre a investigação que indiciou o ex-diretor Silvinei Vasques, da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O parlamentar esteve nesta manhã com o vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, para pedir uma análise do processo perante o Supremo Tribunal Federal. Contudo, conforme Izalci, Chateaubriand explicou que a PGR aguarda as informações da PF, que teve prazo de entrega prorrogado em algumas vezes.
“Depende realmente da conclusão da PF”, disse o senador ao sair da PGR. “Vamos marcar, hoje ainda, uma reunião na PF para que a delegada possa concluir imediatamente o processo e voltaremos à PGR. Já pedimos, inclusive, que, quando chegasse o parecer da PF, que fosse dado urgência no processo para que ele [Silvinei Vasques], no mínimo, possa ir para casa.”
Desde agosto do ano passado, o ex-PRF está preso preventivamente no Complexo da Papuda, em Brasília. Ele é acusado de supostamente fazer blitze no Nordeste a fim de prejudicar a campanha à Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, atual presidente da República, em 2022.
Para Izalci, se o motivo da prisão é risco de interferência nas investigações, Silvinei “já deveria estar em casa”, com tornozeleira eletrônica. O senador destacou que as investigações “já foram feitas há muito tempo”. Além disso, que ele “não oferece nenhum risco de interferência”.
Silvinei Vasques foi preso em 9 de agosto do ano passado em Florianópolis, em Santa Catarina (SC). Na ocasião, as operações nas rodovias haviam sido proibidas no dia da votação pelo STF. Então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Moraes teve de determinar a suspensão imediata das blitze, ameaçando prender Silvinei Vasques. Depois disso, as operações da PRF foram desmobilizadas no Nordeste.
Senadores visitaram Silvinei Vasques na prisão
Depois que o ministro Moraes autorizou 17 senadores de oposição a visitarem o ex-PRF na Papuda, Izalci e Damares Alves (Republicanos-DF) foram os primeiros a encontrar Silvinei Vasques. O ex-PRF divide cela com dois detentos e está em uma ala destinada para agentes que já atuaram na segurança pública.
Na cela, Vasques passa a maior parte do tempo estudando para a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em que foi reprovado recentemente na segunda fase, mas vai retomar o processo desde o início.
Depois da conversa com o ex-PRF, que durou quase duas horas, Izalci disse a Oeste que Silvinei Vasques não recebe visitas da família “faz tempo”. O ex-PRF não é casado, não tem filhos, e os pais já morreram. Já seus irmãos moram em Santa Catarina, onde ele também tem residência. Em virtude da distância, os irmãos não o visitam de forma recorrente.
“Ele não tem família aqui, a família dele é de Santa Catarina”, disse Izalci. “[Silvinei] deveria, inclusive, estar preso lá, que é mais próximo. Faz tempo que a família não o visita. Para vir de SC para cá custa muito. Não dá para ficar visitando de 15 em 15 dias. Ele não tem recebido visitas há algum tempo.”
Izalci relatou que Silvinei Vasques toma remédios para dormir, para ansiedade e para o coração e que isso “prejudica muito” sua saúde física e mental. “Ele fala que não vê sentido nenhum de estar preso, por que não foi condenado”, continuou o senador, que ainda disse que o ex-PRF tem restrições alimentares e que, por isso, tem dificuldade na alimentação no presídio.
“Ele está precisando fazer exames, e isso não é da noite para o dia, demora”, relatou. “Ele já pediu para fazer os exames, mas tem todo um processo burocrático que acaba demorando.”