O Senado deve ouvir, na próxima terça-feira, 19, o diretor da Polícia Administrativa da Polícia Federal (PF), Rodrigo de Melo Teixeira, que prestará informações sobre a retenção do jornalista português Sérgio Tavares no Aeroporto de Guarulhos (SP), no dia 25 de fevereiro. A audiência pública será realizada pela Comissão de Segurança Pública. No evento, Teixeira representará o diretor-geral da PF, Andrei Augusto Passos Rodrigues.
No mês passado, o jornalista português desembarcou no Brasil para cobrir a manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista. Porém, no aeroporto, foi retido pela PF para prestação de informações. Em vídeo postado nas redes sociais, Tavares disse que teve o passaporte apreendido e estava detido, enquanto os demais passageiros tinham passado.
Depois disso, Tavares relatou que foi encaminhado para uma delegacia, onde, na sequência, teria acionado um advogado e afirmou que a Embaixada de Portugal contatou a PF. Ele também foi interrogado sobre suas declarações, mas manteve silêncio, por orientação da defesa. No final, o jornalista foi liberado e seu passaporte, devolvido.
A audiência pública atende a um requerimento do senador Eduardo Girão (Novo-CE). Para o parlamentar, a convocação do diretor-geral da PF é para prestar informações no sentido de “aclarar os motivos que levaram o grupamento da Polícia Federal do Aeroporto de Guarulhos a fazer a retenção do referido cidadão português”.
Na mira do Senado, PF se pronuncia sobre o caso que envolve o jornalista português Sérgio Tavares
Na ocasião, a PF negou as informações. Em nota, o órgão disse que estava conduzindo procedimento-padrão para avaliar a situação do indivíduo, para verificar se ele estva no país a turismo ou a trabalho e por quanto tempo pretendia permanecer no país, seguindo o protocolo regular de admissão de estrangeiros.
“Tal indivíduo teria publicado em suas redes sociais que viria ao país para fazer a cobertura fotográfica de um evento. Todavia, para isso, é necessário um visto de trabalho, o que ele não apresentou”, afirmou a PF, em nota. “Além disso, o estrangeiro foi indagado sobre comentários que fez sobre a democracia no Brasil, afirmando que o pais vive um ‘ditadura do Judiciário’, além de outras afirmações na mesma linha, postadas em suas redes sociais”.
Tavares, no entanto, desmentiu a versão da PF. Em vídeo para o seu canal no YouTube, o jornalista divulgou o relatório da Polícia Federal. No material, não constam perguntas relacionadas à condição do visto dele.