No primeiro mês de atuação, o projeto Maria da Penha vai às Escolas beneficiou 123 estudantes e profissionais de duas Escolas Família do Piauí. A iniciativa é fruto de uma parceria entre Secretaria das Mulheres (Sempi) e a Associação das Escolas Famílias Agrícolas (AEFAPI), instituição que atende meninas e mulheres das regiões de produção agrícola, tecnológica e rural do Piauí.
O projeto visa criar uma rede de educadores capacitados em prevenir e combater a violência contra mulheres nas comunidades rurais, florestais e ribeirinhas do Piauí. Além disso, busca fortalecer esses profissionais para que possam identificar sinais de violência de gênero e encaminhar as vítimas à rede de proteção.
Ao longo do mês de março, o projeto realizou formações não apenas com os profissionais, mas também com a comunidade estudantil das EFAs, o que garantiu uma ampliação do público nos momentos de diálogos. Foram realizadas rodas de conversa com jovens estudantes e encontros formativos.
A metodologia do projeto envolve momentos formativos para educadores, abordando a Lei Maria da Penha e a rede de proteção do Piauí, com a expansão da ferramenta Vamos. Essa troca de experiências prepara os educadores/multiplicadores, que recebem materiais para implementar ações de prevenção e combate à violência nas comunidades piauienses.

As primeiras instituições a receberem o projeto foram a Escola Família Agrícola dos Cocais, e a Escola Família Turismo, em Teresina. Em Cocais, o projeto reuniu 70 estudantes e 25 profissionais. Já em Teresina, o evento contou com a participação de 28 jovens.
A secretária das Mulheres, Zenaide Lustosa, destacou a importância do projeto e da educação como ferramenta para construir uma sociedade menos misógina e machista.
“Nós alertamos que é só através da educação que será possível desconstruir o machismo estrutural da sociedade. Baseado nisso, nossa meta é qualificar 200 multiplicadores das EFAs de todo o estado”, disse.

O projeto expandiu seu alcance a outras instituições de prevenção à violência de gênero, como o Colégio Técnico da UFPI (CTT). Em parceria com o CTT, a equipe da Sempi promoveu uma roda de conversa sobre as tipificações da violência doméstica e a Lei Maria da Penha, envolvendo mais de 16 jovens estudantes.
Em março, a Sempi realizou uma formação virtual que engajou profissionais da educação de todo o Piauí, abrangendo as EFAs e as gestoras dos OPMs. O primeiro encontro contou com mais de 60 educadores, incluindo profissionais da EFTUR de Teresina. A próxima etapa online, agendada para agosto, capacitará 25 multiplicadores das 18 Escolas Famílias Agrícolas do estado.

Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher no Piauí
A Semana Escolar de Combate à Violência, instituída pela lei 14.164/2021 para conscientizar sobre violência de gênero nas escolas, divulgar a Lei Maria da Penha e promover a reflexão crítica, foi realizada em março com o acompanhamento da Sempi.
No Piauí, a iniciativa alcançou 19 instituições em 10 municípios: Cristino Castro, São Braz, Eliseu Martins, Buriti dos Montes, Anísio de Abreu, Ilha Grande, Dom Inocêncio, Curimatá, Guadalupe e São Félix.
A realização da Semana nos municípios pelos Organismos de Políticas para as Mulheres (OPMs) demonstra a relevância dessas instituições para a política pública estadual.
“Temos um saldo positivo com várias ações em diversas localidades. Mas nosso compromisso é com a permanência, não apenas com o mês de março. Porque só assim vamos avançar no enfrentamento da violência contra meninas e mulheres, e chegaremos na meta do feminicídio zero”, finaliza Zenaide Lustosa.